Após a euforia das vendas no mês de dezembro, janeiro é o mês de avaliações e fechamentos. O Jornal do Povo traz até o leitor um balanço referente ao encerramento do ano de 2009 no setor comercial. Segundo dados da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas (ACITL), no ano passado o número de consultas feitas ao SPC e Serasa chegou a 43.110. Deste total, 9.380 cheques restritos e 33.730 não constavam restrição, o que significa que este montante foi utilizado para compras no comércio.
Em 2008, foram 46.370 – 3.260 a mais, se comparado a 2009 – deste total, destes 9.873 estavam com restrição e 36.497 entram no mercado, liberados pelas consultas do SPC e Serasa. Os dados sinalizam para um aumento de cheques restritos, pois embora o número de consultas no ano passado tenha diminuído, as restrições foram basicamente as mesmas, com diferença 493 cheques restritos em um montante de mais de 3 mil.
De acordo com o diretor da ACITL, Joaquim Romero Barbosa, o número de consultas deve ser maior, já que esses dados não contabilizam consultas feitas por lojas de departamento. “Muitos cheques são consultados por empresas como Magazine Luiza, Pernambucanas, Seller, Casas Bahia, entre outras. Por isso, a estimativa de consulta é bem maior”, explicou. Em dezembro de 2008, Seller, Magazine Luiza, Casas Baia, Pernambucanas e Ponto Certo fizeram juntas 8.101 consultas.
MOVIMENTO NO COMÉRCIO
O ano de 2009 não foi visto por boa parte dos comerciantes como positivo. A maioria alega que 2008 foi um ano melhor nas vendas e no movimento. A comparação entre as consultas realizadas entre os anos de 2008 e 2009 revelam uma ‘leve’ queda na movimentação.
As consultas de balcão diminuíram 14.777, em 2008 foram realizadas 91.877 enquanto em 2008, foram 77.100. O número de consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) também caiu, passou de 71.558 para 70.952.
Nos meses de pico (novembro e dezembro), 12.286 (2008) contra 12.293 (2009). Em 2008, o mês de consultas foi maio com 7.771, em 2009 foi dezembro, 7.191. Outubro e fevereiro – respectivamente- foram os meses de baixa nas consultas.
Para o presidente, os números apresentados pela consulta não devem ser parâmetros para quantificar as vendas no comércio, já que boa parte compra a vista ou no cartão de crédito. “O uso do cartão dispensa a consulta e não serve como base para apontar o faturamento das empresas. Muitos segmentos apontam crescimento esse anos, como o setor alimentício e supermercadista”.
Pelo balanço, foram feitas 3.897 consultas mais nos seis primeiros meses de 2008. Apenas no segundo semestre de 2009, o número de consultas começou a subir, dando sinais de recuperação.
Joaquim, no entanto alerta que a Cidade não passou por crise, por isso não há como dizer que aconteceu uma recuperação. “As pessoas alegam que muitos trabalhadores foram embora. Mas a verdade é que o dinheiro deles não circulava em grande proporção aqui. Tudo que recebiam eles mandavam para as famílias. O fato é que nunca mais a Cidade voltará a ser a mesma. De 2007 para cá todos os segmentos sentiram o reflexo, 2009 teve sim uma saída de pessoal, mas a Cidade nunca mais voltará a esse patamar”.
FALTA DE INVESTIMENTOS
O presidente acredita que o motivo das reclamações de muitos comerciantes é a falta de investimento nos empreendimentos. “Eles estão reclamando sem razão. Quem não é visto, não é lembrado. Muita gente acha, por exemplo, que enfeitar a loja é uma despesa, e pelo contrario isso deve ser encarado como investimento. De 400 lojas menos de 100 entraram na campanha de final, é um reflexo claro da falta de investimento. Os empresários precisam entender que a loja precisa de um diferencial. A venda não acontece por acaso”.