Iniciadas em janeiro deste ano, as obras de construção do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Três Lagoas estão paralisadas. De acordo com apurado pela reportagem, a construção do centro, que havia sido iniciada em janeiro deste ano, através de uma parceria entre o Instituto do Meio Ambiente (Imasul) e indústrias de Três Lagoas, estão paradas há mais de dois meses. O motivo da paralisação não foi informado oficialmente. Mas, segundo informações extraoficiais, deve-se ao a problemas no repasse dos recursos necessários por parte de uma das empresas que compunham o grupo de parceiros.
O Cetas, que estava sendo construído em área do quartel da Polícia Militar Ambiental (PMA), foi projetado para prestar os primeiros socorros a animais silvestres vítimas de atropelamento em Três Lagoas e região. O projeto foi desenvolvido em decorrência do aumento no número de casos de animais mortos nas estradas federais e estaduais que cortam o município e serviria como um braço do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), que funciona em Campo Grande. Nele, o animal silvestre receberia os primeiros socorros, teria local apropriado para permanecer até que, caso necessário, fosse transferido para Campo Grande ou reconduzido à natureza.
Quando lançado, o projeto estava orçado em R$ 1 milhão, recurso garantido através de uma parceria entre o Imasul e pelo menos dez indústrias instaladas na cidade. As obras, executadas por uma empresa de São Paulo, foram iniciadas no dia 2 de janeiro deste ano e, inicialmente, o prazo para a conclusão era de oito meses.
A equipe de reportagem do Jornal do Povo esteve no local e pôde constatar que as obras estavam bem encaminhadas. Toda a estrutura, como saguão principal e os recintos, aberto e fechado, para a permanência dos animais foi edificada.
Ao todo, o Cetas de Três Lagoas, primeiro do interior do Estado, contará com uma área construída de 100 m², onde serão instalados escritório, copa, cozinha e ambulatório. O espaço destinado à permanência dos animais conta com 50 m². No projeto também consta a instalação de um mural, já construído, que servirá de barreira para manter os animais livres da interferência humana. O Cetas contará ainda com três recintos móveis (pequenas carretas, com licenças ambientais para viajar).
A intenção era de que, após concluída as obras, parcerias fossem firmadas com faculdades da cidade para que fosse realizado o atendimento a esses animais.
A equipe de reportagem tentou contato com o Imasul de Campo Grande para saber se há previsão de quando as obras serão retomadas, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. Em média, de três a quatro animais silvestres de todos os portes e espécies são atropelados nas rodovias de Três Lagoas todos os meses. Bichos considerados mais lentos, como tamanduás e antas, são as principais vítimas.