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Três Lagoas

Obras do Centro de Animais Silvestres estão paralisadas há meses

Projeto de construção estava previsto para ser inaugurado no início do segundo semestre deste ano

Prédio principal do Cetas foi edificado, restando a parte de acabamento - Claudio Pereira/JP
Prédio principal do Cetas foi edificado, restando a parte de acabamento - Claudio Pereira/JP

Iniciadas em janeiro deste ano, as obras de construção do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Três Lagoas estão paralisadas. De acordo com apurado pela reportagem, a construção do centro, que havia sido iniciada em janeiro deste ano, através de uma parceria entre o Instituto do Meio Ambiente (Imasul) e indústrias de Três Lagoas, estão paradas há mais de dois meses. O motivo da paralisação não foi informado oficialmente. Mas, segundo informações extraoficiais, deve-se ao a problemas no repasse dos recursos necessários por parte de uma das empresas que compunham o grupo de parceiros.

O Cetas, que estava sendo construído em área do quartel da Polícia Militar Ambiental (PMA), foi projetado para prestar os primeiros socorros a animais silvestres vítimas de atropelamento em Três Lagoas e região. O projeto foi desenvolvido em decorrência do aumento no número de casos de animais mortos nas estradas federais e estaduais que cortam o município e serviria como um braço do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), que funciona em Campo Grande. Nele, o animal silvestre receberia os primeiros socorros, teria local apropriado para permanecer até que, caso necessário, fosse transferido para Campo Grande ou reconduzido à natureza.

Quando lançado, o projeto estava orçado em R$ 1 milhão, recurso garantido através de uma parceria entre o Imasul e pelo menos dez indústrias instaladas na cidade. As obras, executadas por uma empresa de São Paulo, foram iniciadas no dia 2 de janeiro deste ano e, inicialmente, o prazo para a conclusão era de oito meses.

A equipe de reportagem do Jornal do Povo esteve no local e pôde constatar que as obras estavam bem encaminhadas. Toda a estrutura, como saguão principal e os recintos, aberto e fechado, para a permanência dos animais foi edificada.

Ao todo, o Cetas de Três Lagoas, primeiro do interior do Estado, contará com uma área construída de 100 m², onde serão instalados escritório, copa, cozinha e ambulatório. O espaço destinado à permanência dos animais conta com 50 m². No projeto também consta a instalação de um mural, já construído, que servirá de barreira para manter os animais livres da interferência humana. O Cetas contará ainda com três recintos móveis (pequenas carretas, com licenças ambientais para viajar).

A intenção era de que, após concluída as obras, parcerias fossem firmadas com faculdades da cidade para que fosse realizado o atendimento a esses animais.

A equipe de reportagem tentou contato com o Imasul de Campo Grande para saber se há previsão de quando as obras serão retomadas, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. Em média, de três a quatro animais silvestres de todos os portes e espécies são atropelados nas rodovias de Três Lagoas todos os meses. Bichos considerados mais lentos, como tamanduás e antas, são as principais vítimas.