A segunda-feira (28) foi tumultuada no Pronto Atendimento Básico (PAB). Boa parte das pessoas reclamava de dores abdominais e mal estar. Além das dores, os pacientes também estavam incomodados com a demora no atendimento.
Segundo a coordenadora administrativa do PAB, Odilza Souza de Araújo, a demora não é frequente. “Na noite de Natal tivemos poucos atendimentos. Na segunda-feira é comum o movimento ser maior, mas hoje passamos por um agravante, pois duas pessoas foram baleadas e foram encaminhadas para cá. Como não era grave a ponto de serem mandadas para o hospital atendemos aqui, e quando o SAMU ou Corpo de Bombeiros manda, estas pessoas são prioridades. Boa parte das pessoas que estão aqui apresentam dores abdominais, isso é resultado das festas de final de ano, muita gente exagerou na comida”, ressaltou.
No local, dois médicos faziam o atendimento. Na parte da tarde foram feitas 39 triagens e de acordo com informações da recepção, algumas pessoas aguardavam atendimento desde13h49, sendo que a equipe de reportagem do Jornal do Povo esteve no local por volta das 17h30.
A coordenadora diz que a quantidade de médicos é suficiente, e que há vagas em aberto, para um reforço no posto. “Temos vagas, mas não encontramos profissionais. Hoje temos 10 médicos atuantes e espaço para reforço”, frisou.
A demora no atendimento em muitos casos também foi justificada pela prioridade no PAB. “Nós temos casos de urgência e emergência. Muita gente não entende a questão. Crianças têm prioridade. Também atendemos SAMU, Corpo de Bombeiros, sultura – que é um processo demorado-, cólica renal e hipotermia. Esse tipo de necessidade é prioridade”.
Embora a coordenadora tenha apresentado as justificativas, a população que estava no local reclamava da falta de estrutura para atendimento. O estudante, George Augusto de Oliveira, levou a namora Daniele para ser atendida, segundo ele, a jovem de 28 anos estava com fortes dores abdominais. “Estou há mais de quatro horas esperando por atendimento. O que as pessoas passam aqui é um verdadeiro descaso. A Cidade cresceu, a estrutura foi ampliada, mas cadê os profissionais? Dois médicos atendendo? Olha a quantidade de gente”, desabafou George.
O motorista, José Rodrigues, acompanhava o auxiliar de mecânico, Guilherme Lima, que também estava sofrendo com dores abdominais. “Estou aqui desde às 13h30, são 17h30 e até agora o Guilherme não foi atendido. Isso não acontece só hoje, é assim sempre. Na semana passada trouxe outro funcionário da empresa, ele chegou aqui às 14h e às 19h não tinha sido atendido. Ele acabou desistindo e procurando por uma farmácia”, lamentou.