O Departamento de Cultura está elaborando um projeto de lei que visa estabelecer regras para o tombamento de bens de interesse histórico e cultural, que poderão ser declarados patrimônio histórico de Três Lagoas. Esses patrimônios já foram tombados através de decreto, mas a ideia é de que se ratifique através de lei. Segundo o coordenador do setor de Patrimônio do Departamento de Cultura, Rodrigo Pedroso Fernandes, o projeto está em análise da assessoria jurídica da Prefeitura. “A ideia é realmente preservar, através da lei, esses patrimônios”, frisou.
De acordo com Fernandes, alguns prédios necessitam de restauração, entretanto, esse não é um processo tão simples, pois dependem de uma série de fatores, entre eles projetos técnicos e previsão orçamentária. Na lista como prioridade para a restauração estão: a Igrejinha de Santo Antônio, construída em 1914 por Antônio Trajano dos Santos. O santo de devoção de Antônio Trajano tornou-se o padroeiro de Três Lagoas. Na década de 1910, a comunidade portuguesa construiu a praça da igrejinha.
CONSULADO
Ainda segundo o coordenador, o Departamento de Cultura pretende adquirir também o prédio do antigo Consulado Português, localizado na rua Paranaíba, no Centro. Esse prédio, apesar de tombado em 1998 pela Prefeitura, é de propriedade de um membro da tradicional família Mendes de Três Lagoas. Entretanto, o Departamento de Cultura trabalha para adquiri-lo para implantar a escola municipal de artes. O consulado era residência do cônsul Teotônio Mendes, e foi construído em 1928. Atualmente, o prédio encontra-se bastante deteriorado. Rodrigo informou que existe uma disponibilidade do proprietário Cláudio Mendes, que reside em São Paulo, dispor do imóvel.
OBELISCO
Outro patrimônio histórico de Três Lagoas é o Obelisco, que foi tombado em 1982. O monumento faz parte da antiga feira de gado, e marcou a primeira fase do desenvolvimento de Três Lagoas, que foi o da pecuária de corte. Em 2007, na gestão da prefeita Simone Tebet, o local passou por uma ampla revitalização. Foi construída, inclusive, uma praça e no local colocado um bebedouro para cavalos, peça que pertencia à Feira de Gados. Após essa revitalização, a pracinha passou a ser bastante visitada.
RELÓGIO
Ainda de acordo com Rodrigo Pedroso, o Relógio Central é um dos pontos históricos mais prestigiados pelos turistas. O monumento foi construído em 1937, na gestão do prefeito Bruno Garcia, e se tornou um marco do desenvolvimento da cidade. O coordenador do setor do patrimônio do Departamento de Cultura disse que o Relógio está bem conservado, mas depende de um restauro superficial. Ele informou que precisa também da troca das luzes do local. A manutenção do maquinário, conforme Rodrigo, é mantida pelo empresário Sueide Torres.
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FERROVIA
A ponte ferroviária Francisco de Sá, assim como todo o complexo ferroviário de Três Lagoas, foram tombados por lei estadual. Rodrigo informou que os prédios da antiga oficina mecânicas da antiga Noroeste do Brasil (NOB) já estão desocupados. Entretanto, o município ainda não pode usufruir do local porque pertence à União. Contudo, já há um processo para que todo esse patrimônio passe para o município. A ponte ferroviária, construída em 1918 necessita de reparos e pintura, pois a ferrugem está contaminando suas ferragens.
JATOBÁ
O pé de Jatobá, localizado na avenida Filinto Muller, foi tombado como patrimônio histórico em 1982. Entretanto, segundo Rodrigo, a árvore está morrendo devido à falta de cuidados preventivos. A espécie está infestada de cupins. Em 2007, a Prefeitura contratou uma empresa para fazer a descupinização e poda dos galhos secos da árvore.
IMPORTÂNCIA
De acordo com Rodrigo Pedroso, o Departamento de Cultura está realizando um trabalho de levantamento de todo o patrimônio histórico de Três Lagoas. E com a futura aprovação do projeto de lei, o objetivo é de que todos esses pontos tenham a preservação necessária. E sejam garantidos recursos no orçamento municipal.
Para o coordenador, a função da preservação do patrimônio histórico é manter a história e a identidade da cidade. “Além da questão de estética, existe também a questão da preservação da memória. Esses patrimônios históricos representam a memória e identidade de Três Lagoas”, salientou. Essas pontes, na opinião do coordenador, são importantes atrativos para o turismo local.
