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Três Lagoas

Penitenciária Masculina atende internos em fábrica de cadeiras

Objetivo do projeto é a ressocialização dos internos, que conseguem diminuir o tempo ocioso

Dentre as ações de ressocialização oferecida pela Penitenciária Média Masculina de Três Lagoas, aos internos condenados, está o trabalho desenvolvido em uma pequena fábrica de cadeiras para área.

Hoje, 14 detentos trabalham no local, recebendo salário mensal entre R$ 420,00 e R$ 700,00, dependendo da produção de cada um. Outro benefício recebido é o da remissão onde, a cada três dias trabalhados, diminui um dia da pena devida ao sistema prisional. Além de diminuir o tempo ocioso.

Para conseguir uma das disputadas vaga na fábrica, de propriedade do empresário Baihar Alves Azambuja, os interessados passam por uma triagem da Comissão Técnica de Seleção (CTC), da unidade prisional.

De acordo com o diretor da Penitenciária, Eidimar Prado de Freitas, a seleção ocorre por meio de análise do perfil, comportamento, aptidão e tempo que está na penitenciária. Tem preferência quem está á mais tempo. “A Lei de Execução Penal obriga os internos a trabalharem, mas não temos como atendera isto”, afirma o diretor.

Para Eidimar, o trabalho no presídio é uma forma de ressocialização, abrindo espaço para fazer a reinserção dele na sociedade, além, é claro, de se sentirem valorizados.

Ainda conforme o diretor, com o dinheiro ganho, os detentos ajudam a família. Mas caso não tenham familiares residindo perto, acabam usando para compras pessoais, como alguns materiais de higiene pessoal que o sistema penitenciário não oferece.

Eidimar chama a atenção para outra vantagem de empregar um detento. Segundo ele, o número de reincidência dos que trabalham na oficina, durante o período em que fica detido, é bem menor do que aqueles que não desenvolvem a atividade remunerada. “O projeto é válido. Inclusive há um ex-reeducando que saiu e hoje está empregado na fábrica de cadeiras que o Baihar mantém na cidade”, avalia o diretor.

Outro exemplo de perspectiva de futuro é o detento Antonio Paulino Leal, 52 anos. Ele foi condenado a 6 anos e 8 meses de reclusão e, atualmente trabalha na fábrica de cadeiras, o que lhe rendeu remissão da pena em três anos. “Quando conquistar a liberdade, já tenho a garantia de um emprego. O senhor Baihar vai me contratar e com o dinheiro vou ajudar minha família”, comemora o interno.

A FÁBRICA
A fábrica de cadeiras para área foi introduzida na Penitenciária Média Masculina após a diretoria da unidade convidar o empresário Baihar para conhecer o local. 

Após apresentar projeto à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário em Mato Grosso do Sul (Agepen/MS), foi dado início à parceria em outubro de 2011. Na época a estrutura de ferro chegava pronta à unidade prisional, apenas para os internos enrolarem os fios. A partir de agosto de 2012 o produto passou a ser todo montado pelos detentos, que transformam a barra de ferro na estrutura da cadeira, passando pela pintura, aplicação dos protetores dos pés e, por fim, o fio.
 
Na unidade são produzidas, ao mês, aproximadamente 2 mil cadeiras. As peças são fornecidas para lojas de Três Lagoas, Coxim, Campo Grande e outros municípios.

Com capacidade para 248 presidiários, a unidade abriga hoje 541 homens, na Penitenciária Masculina de Três.