A administração municipal desistiu de implantar neste ano um sistema de informática que previa a instalação de rede híbrida de alta capacidade, composta por fibra ótica e ondas de rádio, nos prédios públicos. A previsão era de que essa ferramenta, com autonomia para transmitir grande volume de informações, entre dados, voz e imagem, fosse implantada no início de 2012.
A Prefeitura chegou a investir aproximadamente R$ 40 mil na elaboração do projeto, mas o abortou, num primeiro momento, segundo o secretário de Finanças, Planejamento e Controladoria, Walmir Marques Arantes, por entender que existem outras prioridades para investimentos na cidade. A implantação do serviço foi orçada em R$ 2,6 milhões. Entretanto, ele seria executado em etapas. A primeira previa um investimento de R$ 1,5 milhão.
O secretário informou que foi feito um levantamento completo de toda a rede de informática da Prefeitura, mas que a prefeita Márcia Moura entendeu que existiam outras prioridades. O recurso que seria destinado a esse fim será aplicado na contratação de funcionários para atender na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), assim como na aquisição de aparelhos para o aeroporto municipal, a fim de que possa ser homologado. Segundo ele, foi dada prioridade à realização das cirurgias eletivas.
O dinheiro que seria utilizado nesse sistema de alta tecnologia vem do município, e já estava previsto no orçamento deste ano. Contudo, Arantes disse que foi feito o remanejamento, conforme prevê a lei. Só na contratação de funcionários para atender na UPA, a administração municipal vai gastar R$ 500 mil por mês, segundo ele. “A prefeita entendeu que a prioridade é investir na saúde e também no aeroporto, que terá uma importância muito grande para o desenvolvimento da cidade”, salientou.
Com a implantação do sistema de informática, estava prevista a conexão dessa rede aos prédios públicos, como escolas e postos de saúde. Essa tecnologia iria permitir a disponibilização em tempo real de todas as informações geradas pelas repartições públicas. Com isso, a prefeita e os secretários poderiam ter informações detalhadas sobre o que ocorre em todos os setores. O sistema possibilitaria, inclusive, a realização de teleconferências do gabinete com pessoas que estivessem em outras repartições.
O analista de sistema Luiz Vargas, contratado pela administração municipal como consultor do projeto, havia destacado que outra vantagem da rede de alta capacidade seria a redução em 30% do custo com telefonia logo no início da operação da rede. Além disso, com a instalação de novas centrais de comunicação, a economia seria bem maior. A ideia era substituir as linhas de telefonia.
Vargas comentou ainda que a Prefeitura teria nas mãos um poderoso instrumento para definição de políticas públicas com a interligação em tempo real de todos os serviços municipais. Os dados transmitidos pela rede poderiam ser compilados e usados na melhoria do atendimento. O sistema de informática permitiria a instalação de webcam, que poderia ser usada para o monitoramento das principais vias da cidade.
MINISTÉRIO
Três Lagoas tinha sido incluída pelo Ministério das Comunicações numa lista de 163 cidades aptas a receber a implantação do projeto Cidade Digital. A ideia do governo federal era disponibilizar aos municípios escolhidos linhas de financiamento para a instalação de um sistema de comunicação sem fio de alta capacidade de transmissão de dados. O principal objetivo era melhorar o serviço público nas áreas de saúde, educação e segurança. A nova tecnologia permitiria a realização de teleconferências, “tetemedicina”, “teleaulas” e “televigilâncias”.
O Ministério das Comunicações chegou a realizar uma licitação para definir a empresa que seria responsável pelo desenvolvimento desse programa. Entretanto, a Prefeitura entendeu que não assumiria o financiamento e que o projeto seria executado com recursos próprios do município.