O número de trotes no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) vem aumentando. Somente no primeiro trimestre deste ano foram registrados 1.247 dessas ocorrências, contra 883 registradas no mesmo período do ano passado.
De acordo com o coordenador do Samu, Daniel Mendes da Silva, apesar dos números altos, as viaturas não se deslocam por todas essas “ocorrências”. “Neste ano, caímos efetivamente em apenas cinco desses trotes e, no ano passado, em 25, durante o ano todo – quando foram registrados 4.190 trotes”, explicou.
Silva disse ainda que praticamente 100% das ligações são feitas por crianças e adolescentes. Geralmente, ligam de orelhões de diversos locais da cidade. “Eles nos xingam ou ficam cantando ao telefone”, disse, destacando que quando os atendentes do Samu retornam a ligação na tentativa de identificá-los ninguém atende.
O coordenador contou ainda que nos casos em que foi necessário o deslocamento das viaturas os atendentes chegavam a desconfiar que fossem trotes, já que os “pacientes” não conseguiam determinar o que sentiam.
Apesar disso, era necessário encaminhar uma viatura por “desencargo de consciência”. “Quando a equipe chegava ao local, simplesmente não existia o endereço”, disse. Destacou ainda que os dias em que mais são registrados trotes são as sextas-feiras, sábados e domingos. “Em época de férias escolares, a incidência também é alta”, destacou.
PREJUÍZOS
Além dos gastos com combustível e com o pagamento das horas dos plantonistas, as linhas acabam ficando congestionadas por conta dessas infrações.
Segundo Silva, quando as crianças e adolescentes passam trotes, elas persistem e acabam ligando a cada dez minutos em um único dia. “Os gastos financeiros são recuperados. O maior prejuízo é contra a vida. Enquanto existem viaturas atendendo a trotes, pacientes que realmente precisam dos nossos serviços ficam aguardando. Isso é muito sério”, salientou.
CAMPANHAS
O coordenador disse que a incidência de trotes levou as equipes do SAMU a inserir uma pauta sobre os perigos e transtornos de um trote, no material utilizado nas campanhas realizadas nas escolas das redes pública e particular do município. “Enquanto falamos com os alunos, notamos que eles absorvem todo o conteúdo e se conscientizam. Mas, infelizmente, sempre existem aqueles que não estão a fim de contribuir com o serviço público”, relatou.
Na opinião de Silva, para que o trabalho de conscientização seja mais eficaz é necessário que os pais conversem com os filhos sobre o assunto. “Os responsáveis devem ficar atentos às atitudes dos filhos. Acredito que através do diálogo é possível descobrir se eles estão aprontando essas travessuras”, completou.