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Balanço

Secretário de Saúde fala sobre regionalização no atendimento em MS

Gestão da Saúde em Mato Grosso do Sul consegue reduzir em 30% as filas de pacientes à espera de cirurgias e exames

Saúde > Flávio Brito prorrogou os projetos para atendimento à população - Isabelly Melo/CBN CG
Saúde > Flávio Brito prorrogou os projetos para atendimento à população - Isabelly Melo/CBN CG

O secretário de estado de saúde, Flávio Brito é o entrevistado da semana pelo Jornal do Povo. O mesmo fez um balanço da gestão, falando sobre descentralização no atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a prorrogação dos programas “Opera MS” e “Examina MS” até novembro deste ano pela Caravana da Saúde.

As cirurgias eletivas e exames de diagnósticos poderão ser realizados pelos municípios até novembro de 2022, mas as solicitações precisam constar no sistema de regulação estadual até 31 de outubro de 2022.

Trinta e quatro municípios fizeram adesão aos Projetos ‘Opera MS’ e ‘Examina MS’ com a missão de reduzir a fila. O Governo do Estado lançou em dezembro de 2021, a nova fase da Caravana da Saúde investindo mais de R$ 120 milhões nos projetos “Opera MS” e “Examina MS”, com meta em realizar, inicialmente, 70 mil procedimentos em todo o Estado.

Qual foi motivo da prorrogação dos projetos da Caravana da Saúde e quantas pessoas estão à espera de uma cirurgia eletiva em Mato Grosso do Sul? 

Flávio Brito Nós passamos dois anos com a pandemia da Covid-19 muito forte e que ainda não acabou, mas diminuiu de forma significativa. Essa circunstância, nos possibilita trabalhar outras demandas da saúde como é o caso das filas de exame, no  “Examina MS” e as filas de cirurgias , com o “Opera MS”, que é dentro daquele programa que nós já conhecemos: a Caravana da Saúde. Nós resolvemos prorrogar até novembro exatamente pelo sucesso, as filas andaram muito rápido. Aqui em Campo Grande e no interior do Estado as clínicas particulares, hospitais particulares, não só hospitais beneficentes estão fazendo cirurgias. Para se ter uma ideia, cirurgias de alta complexidades estão sendo feitas em Amambai. No primeiro momento da Caravana, os atendimentos eram presenciais, com estruturas onde eram feitas as consultas e cirurgias mais leves. Nessa nova modelagem da Caravana da Saúde, nós compramos a capacidade ociosa das clínicas, assim como das clínicas de imagem, capacidade ociosa dos hospitais. Então nossos pacientes não são atendidos só em hospitais públicos, mas muitas das vezes são atendidos em hospitais particulares como é o caso de Amambai, como é o caso de Jardim e Santa Rita do Rio Pardo. Ou seja, nós estendemos atendimento ao estado inteiro com a compra da capacidade ociosa de quem quisesse nos oferecer serviços. Então foi oferecido para a iniciativa privada, para a instituições filantrópicas para quem pudesse fornecer esses serviços para a população do Mato Grosso do Sul.

E qual é o balanço disso secretário? Quantas pessoas já conseguiram atendimento? Quantas pessoas ainda estão na fila por uma cirurgia?

Flávio Brito Nós temos, entre cirurgias e exames, perto de 49 mil pessoas em Mato Grosso do Sul. Vale dizer que essa fila já teve quase 70 mil pessoas. A fila não para, todo dia entra gente nova. A ideia é de buscar o atendimento à população. A gente quer agilizar essa fila, pois tem gente que espera dois anos e meio por uma tomografia, é um absurdo. Então queremos agilizar do pequeno ao maior município do estado.  

Secretário, volta e meia vemos notícias de crises nos hospitais, são vários questões envolvendo uma preocupação em relação à saúde pública. Há também um avanço em relação a descentralização do atendimento em Mato Grosso do Sul. Existe algum projeto ou o que pode ser feito para que efetivamente a gente tenha um melhor atendimento em relação à saúde pública no estado?

Flávio Brito Primeiro vamos falar da Santa Casa. É o maior hospital do estado, tem todo o nosso respeito. A Santa Casa hoje vive um problema seríssimo. Em Campo Grande a gestão é plena, fazem gestão plena da sua saúde na capital. Dia 30 termina o contrato da Santa Casa com a prefeitura de Campo Grande. O Estado intervém, pois o poder público compra os serviços da Santa Casa. Dos atendimentos da Santa Casa, 72% são moradores da capital e o restante vem do interior. A Santa Casa é muito importante para o sistema de saúde. Para se ter uma ideia, hoje o hospital recebe R$ 16 milhões do governo federal, R$ 6 milhões de Campo Grande e R$ 6 milhões de governo do Estado, todo mês. Parte da enfermagem da Santa Casa está em greve, reivindicando seus direitos, o hospital sem recurso, o município negando recurso, dizendo que não tem dinheiro para dar para Santa Casa. Nos contratos que o poder público tem com as instituições de saúde de Campo Grande, nós gastamos R$ 678 milhões no total, sendo que a prefeitura arca com R$ 84 milhões, o Estado com R$ 384 milhões e o governo federal com R$ 209 milhões. Isso é o que temos de contrato mensal hoje para o atendimento à saúde a capital.  Agora, quando a gente vai para a municipalização da saúde ou para a regionalização da saúde, e aí eu digo sempre que eu tive uma oportunidade na minha vida muito grande. Eu tive a oportunidade de inaugurar o hospital Maggi Tomé que é hospital que fica em Três Lagoas com 210 leitos, fazia 28 anos que não se inaugurava um hospital desse porte em Mato Grosso do Sul. Então, toda a Costa Leste é atendida neste hospital e não vem para Campo Grande, não vem pressionar Campo Grande, fica naquela região. Nós estamos terminando e a ideia dentro é entregar até o final do ano a obra hospital de Dourados. São mais oito mil m², são mais 190 leitos com ortopedia de alta complexidade. Nós vamos complementar os serviços já oferecidos pelo Hospital da Vida de Dourados, Hospital Evangélico. Então sobre a regionalização de saúde, só não vê quem não quer. 

Sobre a regionalização da saúde pode fazer um resumo dos investimentos nas regiões do estado?

Flávio Brito Em Ponta Porã temos o Hospital Regional com 110 leitos e estamos construindo mais 30 leitos. O hospital é o único de Mato Grosso do Sul com uma titulação internacional chamada “Ona”. Tem investimento, por exemplo, em Coronel Sapucaia com a construção de um hospital, tem investimento em Coxim com a construção de um centro de hemodiálise. Tem investimentos na área de saúde em todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Ninguém diria que nosso governo chegaria a 90 dias do final tão pujante, com tanto investimento em todas as áreas. E na saúde não é diferente, nós participamos da saúde em todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Durante a pandemia da Covid-19, o nosso estado ficou durante oito meses como o primeiro colocado na vacinação no Brasil. Um trabalho tremendo de todos os funcionários da saúde, de todos os secretários municipais de saúde e, principalmente, o equilíbrio entre a saúde e a economia regional. O PIB do Mato Grosso do Sul cresce quatro vezes mais que o PIB brasileiro, e isso em uma época pandêmica.