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Três Lagoas

Sinasc registrou mais de 920 nascimentos neste ano

A maioria dos partos realizados na rede pública e particular foi por meio de intervenções cirúrgicas

Tânia recomenda o parto natural para todas as mães -
Tânia recomenda o parto natural para todas as mães -

Somente no primeiro semestre deste ano foram registrados 929 nascimentos no município – 463 meninas e 466 meninos. O número é semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado, quando 913 crianças “vieram ao mundo”. Foram computados 447 nascimentos de meninas e 466 de meninos. Em todo o ano de 2011, foram registrados 836 nascimentos de meninas e 873 de meninos. Os números significaram 1.709 crianças a mais no município naquele ano.

De acordo com Paulo Henrique Trannim, operador do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), da Secretaria Municipal de Saúde, a maioria das crianças nasce por meio de intervenção cirúrgica (parto cesariano). No ano passado, por exemplo, 1.103 crianças nasceram por meio de cesárias e apenas 606 por meios naturais (parto normal). A tendência de optar pela cesariana continua crescendo no mesmo ritmo neste ano. Dos 929 partos realizados, 648 foram cesarianos e 281 normais.

Apesar da maioria dos obstetras ser a favor do parto natural e orientar suas pacientes a optar por essa forma de dar à luz, grande parte delas prefere a cesariana. Isso porque elas sentem-se mais seguras, já que não sentirão as temidas dores de contração até que chegue o momento certo de o bebê nascer. Por outro lado, a recuperação da cesariana é bem mais lenta e, quando passa o efeito da anestesia, ela acaba por sentir dores e incômodos que podem durar dias.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), embora a cesariana seja indicada em determinados casos, o método natural continua sendo a melhor forma de dar à luz. A recuperação é bem mais rápida. Mesmo assim, o país registra muito mais cesarianas do que os 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A taxa nacional é de 39% e em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste esse índice é superior a 40%, segundo dados do Sinasc.

Os benefícios do parto normal são inúmeros, tanto para a mãe como para seu bebê. Vão desde uma melhor recuperação da mulher e redução dos riscos de infecção hospitalar até uma incidência menor de desconforto respiratório do bebê.

Na cesariana, podem ocorrer infecção e hemorragias, além da possibilidade de laceração acidental de algum órgão, como bexiga, uretra e artérias, ou até mesmo do bebê, durante o corte do útero. A gestante pode, ainda, ter problemas de cicatrização capazes de afetar a próxima gravidez.

As vantagens do parto normal estendem-se ainda à questão financeira. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o método natural custa R$ 291 e a cirurgia cesariana, R$ 402. No caso dos hospitais privados, é mais difícil dimensionar essa diferença, uma vez que o valor de cada tipo de parto varia de acordo com a diária hospitalar cobrada. Há, ainda, o custo do tratamento das complicações, bem mais frequentes no parto operatório.