Faltando apenas um dia para o encerramento das apostas da Mega Sena da Virada, durante todo o dia de ontem (30) centenas de apostadores lotaram as casas lotéricas em Três Lagoas.
As apostas não param de chegar e muita gente já faz planos com os possíveis gastos. Na terça-feira (29), foram registradas em uma lotérica 2 mil jogos. Ontem, em duas horas, das 8h às 10, foram 512. A estimativa é que até às 17h, tenham sido mais 1,8 mil. O último dia também deve ser tumultuado, afinal, o prêmio prometido já passa de R$ 120 milhões. Em todo o Brasil já são mais de 252 milhões em apostas. A estimativa é de 13 mil apostas por minuto.
Segundo a gerente da Lotérica Biasse, Ariane Rufino, os valores jogados são altos. “A minoria faz aposta mínima. Muita gente joga valores altos, entre R$ 200, R$ 300. Há também aqueles que apostam com um pouco de moderação, chegando a jogar R$ 40, R$ 50. Também há amigos e até empresas que fazem os bolões. Até o momento, a maior aposta registrada foi de R$ 1.150,00”.
A proprietária, Claudete Biasse, diz que tem muitos clientes fidelizados. “Tem alguns clientes que jogam desde que abria a casa, há 13 anos. São pessoas que ganham seu dinheiro e apostam. Muitos são aposentados”, comenta. Segundo Claudete, as novidades deste ano atraíram mais apostadores. “Desde que começaram as apostas para a mega da virada o fluxo tem sido intenso. Na terça-feira, a maioria do pessoal que circulou por aqui fez apostas”.
Claudete diz que durante todo o dia o fluxo é intenso e quem quer fugir das filas deve acordar cedo. “Quando abrimos quase não tem gente. Depois das 10h começa a encher”, comentou.
Enfrentando a fila, estavam muitas donas de casa e aposentados, entre elas, Cléria Regina dos Santos, que esperava para lançar apostas em oito jogos. A iniciativa é antiga, uma cultura e hábito herdado do pai. “Desde pequena via meu pai jogar. Nunca ganhei nada, mas sei que um dia vou conseguir. Se eu ganhasse o prêmio, as primeiras coisas que faria seria ajudar a minha mãe e comprar uma casa para morar”.
Entre os apostadores estão também as pessoas de grande coração, que é o caso Joana de Freiras. Ela garante que se um dos seus três jogos forem os números sorteados divide todo valor com os pobres. “Imagina, é muito dinheiro. Nem sei quanto é isso. A única certeza que tenho é que há 20 anos eu jogo e nunca ganhei nada, mas como sou brasileira, não desisto nunca. Eu vou tirar R$ 100 mil para comprar uma casa e o resto vai para caridade”, enfatizou.
O caminhoneiro José da Rocha sonha em ser fazendeiro. Com o prêmio ele disse que iria adquirir uma fazenda. “Não precisa ser muito grande. Pode ser uma fazendinha simples. Também gostaria de ter um carro bom”, comentou.
A dona de casa, Jacira Gonçalves também estava na fila e desistiu antes de
fazer as apostas. “Eu jogo toda semana, mas desisti, não ganho nada mesmo e hoje não tive palpite, quem sabe amanhã eu volte. Está tudo muito lotado”, disse.
Há 30 anos, o aposentado Flávio Rubens Dias faz apostas. “Toda a semana eu jogo. Virou um hábito. Nunca ganhei nenhuma quantia significativa e não procuro fazer planos com o prêmio, afinal, por enquanto não passa de uma ilusão”.