Veículos de Comunicação

Organização Criminosa

'Tribunal do crime' é desarticulado após morte de acusado por estupro

Polícia Civil deflagrou operação para prisão, busca e apreensão de pessoas envolvidas na tortura e morte de mecânico

Suspeitos por envolvimento por tortura e morte de Álisson foram presos no residencial Orestinho - Reprodução/TVC
Suspeitos por envolvimento por tortura e morte de Álisson foram presos no residencial Orestinho - Reprodução/TVC

Cerca de 100 policiais civis e militares divididos em grupamentos especiais, além de um helicóptero e uma dezena de viaturas foram empregados para cumprir 18 mandos de prisão e outros 11 de busca e apreensão em residenciais e presídios de Três Lagoas, Campo Grande e Dourados, na quinta-feira (10). Todo o aparato policial foi empregado para desarticular o que os policiais chamaram de "tribunal do crime", três-lagoense. O grupo, formado por detentos e moradores de um residencial, foi apontado como responsável pela tortura e  assassinato do mecânico Álisson de Souza Santos, de 23 anos, em 26 de fevereiro deste ano, entre outros crimes.

O corpo da vítima só foi encontrado três dias depois, em uma propriedade rural em Três Lagoas, às margens da BR-158, próximo a uma indústria de celulose. As investigações levaram a polícia até ao grupo, comandado dentro de penitenciárias do Estado. 
Segundo o delegado regional, Rogério Makert, um dos responsáveis pela operação policial, Álisson foi marcado para morrer por, supostamente, ter se envolvido emocionalmente com uma criança de 11 anos. "A mãe da menor – vizinha de Alisson – quem solicitou a conhecidos, ligados à facção criminosa, que matassem a vítima. Eles foram até a casa do mecânico e o sequestraram em um carro, na frente da esposa. Ele foi torturado em uma casa da Vila Carioca e depois degolado, na propriedade rural", disse.
O grupo também é apontado como responsável pela punição e tortura de moradores que tinham dívidas com o tráfico de drogas. Em uma das ações, dois jovens integrantes atearam fogo nas mãos de uma mulher e também foram marcados para morrer, mas, acabaram perdoados.

PRISÕES
Os mandados de prisão foram expedidos para nove homens e cinco mulheres, inicialmente. Na operação, um menor também foi apreendido, além de celulares. Entre os presos, estavam a mãe da menina supostamente molestada por Álisson de Souza e duas gêmeas. Todos os detidos foram levados para presídios de Três Lagoas e responderão por homicídio doloso qualificado, organização criminosa e tortura.