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Operação Vastum

Certeza da impunidade encoraja furtos de fios de cobre, diz coronel

Nesta manhã, polícias Civil e Militar cumpriram dois mandados de prisão, além de busca e apreensão em residências e comércios

Nesta manhã, Polícias Civil e Militar cumpriram dois mandados de prisão, além de busca e apreensão em residências e estabelecimentos comerciais da capital - Foto: Divulgação/Sejusp
Nesta manhã, Polícias Civil e Militar cumpriram dois mandados de prisão, além de busca e apreensão em residências e estabelecimentos comerciais da capital - Foto: Divulgação/Sejusp

Para reprimir os furtos crescentes de fios de cobre na capital, principalmente de cabos de semáforo, a Polícia Civil e a Polícia Militar desencadearam na manhã desta quinta-feira (05) a ‘Operação Vastum’, em combate ao crime de furto e receptação de fios de cobre.

Apenas no período matutino, foram vistoriados 57 locais em Campo Grande, com cumprimento de dois mandados de prisão, além de busca e apreensão em residências e estabelecimentos comerciais de compra e venda de recicláveis, localizados no Centro e nas regiões do Anhanduizinho, Bandeira, Imbirussu, Lagoa e Segredo, outras 12 pessoas foram conduzidas à delegacia.

Foram apreendidos mais de 868kg de fios de cobre 

Além desses, foram apreendidos mais de 868kg de fios de cobre, problema que afeta toda a sociedade segundo o diretor do Departamento de Polícia da Capital, Wellington de Oliveira. “Ele é muito mais sério do que o fato da pessoa ter retirado 10 metros de um semáforo, por exemplo. A gente tá falando de um setor onde vai ficar sem energia, vai causar um dano coletivo. E isso aí é muito mais preocupante sobre o ponto de vista social”, desabafou.

Atualmente, o quilo do cobre varia entre R$35 a R$41, valor “atrativo” que acaba instigando os criminosos a seguirem com essa ação, em grande e pequenas proporções, desde um cabo de semáforo até hidrômetros de residências.

“É um valor muito alto para uma pessoa que está na rua. Ele pega ali dois ou três fios de cobre e já está com R$ 100 no bolso. Por isso, aumenta substancialmente esses furtos de fio de cobre, tanto em área pública, quanto privada”, afirmou o diretor da Departamento de Polícia Especializada (DPE), Edilson dos Santos.

Resultado parcial da Operação Vastum foi divulgado em coletiva de imprensa no fim da manhã

Caracterizada como educativa, a Operação contou com a participação de delegacias de áreas subordinadas ao Departamento de Polícia da Capital (DPC) e as especializadas, subordinadas ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil, além dos Batalhões e Companhias Independentes da Polícia Militar de Campo Grande, e deve ter outros desdobramentos conforme o diretor.

“Primeiro tópico é que ela é educativa, o segundo, que é preventiva, ou seja, uma vez identificados esses compradores de fios, que a gente passe a monitorar o comércio dessas pessoas para que a gente não tenha reincidência. E claro, ela é repressiva também, nós tivemos diversas prisões em razão dessa Operação”, completou Wellington de Oliveira.

O foco da ‘Vastum’ nesta manhã, foram os receptadores dos materiais oriundos de ação criminosa, visto que, quem vende, precisa ter toda a documentação comprovando a origem do material adquirido.

Da ponta, com os criminosos que furtam os fios – geralmente pessoas em situação de rua e usuários de drogas, segundo o coronel André Henrique de Deus Macedo – até os receptadores, que vendem o material, o caminho que a peça percorre pode atrapalhar a identificação e assim, comprovação de ilegalidade. Conforme o coronel, o furto se dá por três motivos: vontade, oportunidade e da certeza da impunidade.

“A vontade a gente pouco pode trabalhar, agora, na oportunidade, melhorando a nossa prevenção, assim como o cidadão também buscando melhores condições de prevenção primária e trabalhamos também na certeza da impunidade, conseguindo prender essas pessoas e levarmos a julgamento, para que ele realmente entenda que aquela conduta criminosa não vale a pena ter, porque ele vai ser punido pelo estado”, esclareceu.

Furtos são, na maioria, praticados por pessoas em situação de rua e viciados em drogas 

Para conter o avanço dos furtos, os receptadores são a maior preocupação, visto que, enquanto houver alguém para comprar, vai existir quem furte e prejudique toda a população.

Nos casos em que o fio de cobre roubado é vendido e mantido da forma “bruta”, a identificação é mais fácil, já que o comerciante deve apresentar a origem do produto. Nos casos em que o material é derretido, a identificação fica mais complicada.

“No primeiro momento você não consegue estabelecer (o que vem de origem ilícita), mas você sabe que fios de alta tensão se não for a concessionária quem vendeu para quele local, ele é furtado. Os fios derretidos, fica extremamente complicado você encontrar a origem, aí precisa de um trabalho de identificação para isso”, explicou Wellington de Oliveira.

Para denunciar ações suspeitas e relatar furtos você pode acionar a Polícia Militar pelo 190 ou pelo disque denúncia 181.