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DESENVOLVIMENTO

Com quase 300 granjas, suinocultura avança em MS e se consolida como polo de inovação no campo

Setor gera 32 mil empregos, aposta em biotecnologia e projeta crescimento de 10% em 2025

Setor gera 32 mil empregos, aposta em biotecnologia e projeta crescimento de 10% em 2025 - Foto: Divulgação/Governo de MS
Setor gera 32 mil empregos, aposta em biotecnologia e projeta crescimento de 10% em 2025 - Foto: Divulgação/Governo de MS

A suinocultura de Mato Grosso do Sul atravessa um momento de expansão e se firma como uma das principais cadeias produtivas do agronegócio estadual. Com quase 300 granjas ativas e um parque industrial em ritmo acelerado de modernização, o setor movimentou 315 mil toneladas de carne suína só em 2024, segundo dados apresentados no 7º Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura de MS, realizado em Dourados.

Neste ano, mais de 3,3 milhões de suínos foram abatidos no Estado, que hoje abriga 119,5 mil matrizes em produção. Ao todo, a cadeia envolve 129 empresas e gera aproximadamente 32 mil empregos diretos.

A expectativa é de um crescimento de 10% em 2025, impulsionado por investimentos em biossegurança, inovação tecnológica e aproveitamento de resíduos para produção de biometano.

Integração com a indústria e novas tecnologias

Durante o fórum, produtores e representantes do setor debateram os principais desafios e estratégias para o crescimento da cadeia. Um dos pontos de destaque foi a ampliação do modelo de produção integrada à indústria.

Esse formato, segundo especialistas, oferece mais segurança ao investidor e estimula a diversificação da atividade rural, especialmente em pequenas propriedades.

Em São Gabriel do Oeste, por exemplo, uma indústria que antes abatia 2,5 mil suínos por dia passou a operar com o dobro da capacidade. Já em Dourados, a planta da Seara deve atingir 10 mil abates diários. Só essa unidade emprega mais de 8 mil pessoas, o que impacta diretamente na economia local.

O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), Renato Spera, avalia que o setor vive um momento de consolidação. “Temos uma cadeia madura, estruturada e pronta para crescer. O fórum é uma forma de reafirmar esse compromisso coletivo com o desenvolvimento sustentável da atividade”, disse.

Biossegurança e meio ambiente no radar

O avanço da suinocultura, no entanto, não ocorre sem entraves. Um dos principais desafios atuais é garantir a biossegurança nas granjas, especialmente diante de possíveis riscos sanitários.

A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) tem atuado em ações de fiscalização e orientação sobre medidas de prevenção.

Outro ponto que passou de obstáculo a oportunidade é a destinação dos dejetos animais. O material, que antes era considerado passivo ambiental, vem sendo aproveitado para a geração de biogás e biometano.

O processo ocorre em lagoas de decantação, onde a matéria orgânica fermenta e gera gás, que pode ser utilizado em residências, veículos ou na geração de energia elétrica. A prática, além de reduzir impactos ambientais, representa uma nova fonte de renda para os produtores.

Otimismo no campo e liderança nacional

A cadeia produtiva de suínos em Mato Grosso do Sul já figura entre as mais eficientes do país, segundo balanços de produtividade nacionais. O Estado aparece frequentemente entre os três primeiros colocados nos rankings de desempenho industrial e tecnológico no setor.

Além da produção em larga escala, a estrutura logística e a disponibilidade de grãos a preços competitivos ajudam a sustentar o crescimento da atividade. A indústria também se beneficia da proximidade com o mercado consumidor e da modernização de programas de incentivo, como o Leitão Vida, que passou a premiar produtores com foco em sustentabilidade.

*Com informações do Governo de MS