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SAÚDE

Baixa utilização da telessaúde na Capital levanta alerta sobre atendimento na rede pública

Unidades com estrutura instalada deixam de usar o serviço, mesmo diante da alta demanda por consultas em especialidades médicas

Em Campo Grande, apenas alguns pontos de telediagnóstico estão em funcionamento - Foto: Agência Brasil
Em Campo Grande, apenas alguns pontos de telediagnóstico estão em funcionamento - Foto: Agência Brasil

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) iniciou uma apuração sobre o funcionamento dos serviços de telessaúde em Campo Grande. O objetivo é garantir o melhor uso da estrutura já implantada e ajudar a reduzir a fila de espera por consultas médicas na rede pública.

Mesmo com o programa em funcionamento no estado desde março de 2023, parte das unidades de saúde da capital ainda apresenta baixa adesão ou sequer utiliza os atendimentos disponíveis, o que motivou a investigação. O projeto de telessaúde é uma parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein (por meio do Proadi-SUS), a Fiocruz e o Núcleo Estadual de Telessaúde, e oferece consultas em mais de 12 especialidades médicas, como cardiologia, psiquiatria, pediatria, dermatologia e endocrinologia.

Em Campo Grande, foram instalados pontos de telediagnóstico, como para exames de eletrocardiograma (ECG), mas apenas alguns estão em funcionamento. Dados apontam que, em janeiro de 2025, uma unidade realizou apenas 30 exames, enquanto outras não fizeram nenhum registro de uso.

O Ministério Público avalia que o uso da telessaúde pode melhorar o atendimento à população, facilitar o acesso a médicos especialistas e ainda evitar deslocamentos desnecessários, otimizando os recursos da saúde pública. O acompanhamento também busca garantir que sejam seguidas as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da legislação federal que regulamenta o uso da telessaúde no país.

Como parte da apuração, a promotoria responsável solicitou informações às secretarias de Saúde do município e do estado. O pedido inclui dados sobre os investimentos em tecnologia, critérios de adesão ao programa e o cumprimento do plano de capacitação de profissionais da atenção básica, como médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas.

Além disso, será verificada a forma como as unidades estão organizadas para realizar as teleconsultas e se há monitoramento do atendimento e da qualificação das equipes envolvidas. A adesão de Campo Grande ao PAC Saúde 2025, que prevê melhorias na estrutura tecnológica para ampliar os serviços de telessaúde, também será acompanhada de perto.