Veículos de Comunicação

agronegócio

Nova tarifa dos EUA pode causar prejuízo bilionário ao suco de laranja brasileiro

Medida eleva em até 456% os custos de exportação e ameaça competitividade do setor no mercado internacional

Citricultura é uma das culturas recém-introduzidas e em expansão no MS - Foto: Ilustrativa
Citricultura é uma das culturas recém-introduzidas e em expansão no MS - Foto: Ilustrativa

Está prevista para entrar em vigor nesta quinta-feira (1º) uma nova tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de suco de laranja para os Estados Unidos. A medida pode gerar um impacto de até US$ 792 milhões por safra — o equivalente a cerca de R$ 4,3 bilhões — o que representa um aumento de 456% em relação ao valor pago atualmente.

Os dados têm como base os resultados da safra 2024/25, encerrada em 30 de junho, e consideram o total de impostos cobrados para o acesso ao mercado norte-americano. Hoje, o Brasil paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada, o que resultou em US$ 142,4 milhões em tributos na última temporada. Com a nova cobrança, os custos podem subir drasticamente.

De acordo com estimativas do setor, se for mantida a combinação da nova tarifa de 50% com a alíquota adicional de 10% anunciada anteriormente, o impacto total pode ultrapassar US$ 792 milhões. Caso a taxa de 50% substitua a cobrança anterior de 10%, e não se acumule, o prejuízo ainda seria significativo: aproximadamente US$ 635 milhões a mais por safra, o que representa uma alta de 345,8%.

Somando os efeitos das tarifas de outros mercados como União Europeia, Canadá, Japão, China, Reino Unido, Noruega, Suíça e Rússia, o total pago em tributos pelo setor pode saltar de US$ 393,6 milhões para US$ 1,3 bilhão.

Na safra 2024/25, os Estados Unidos foram o segundo maior destino do suco brasileiro, com 41,7% das exportações. Ao todo, foram embarcadas 307,6 mil toneladas, o equivalente a 85 milhões de caixas de 40,8 quilos, gerando uma receita de US$ 1,31 bilhão.

O setor alerta para o risco de não haver, no curto prazo, mercados alternativos com capacidade de absorver esse volume adicional, o que pode comprometer a competitividade e a sustentabilidade das exportações brasileiras de suco de laranja.