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MPF denuncia empresários e líder de CTG por financiarem movimento antidemocrático em Dourados

Órgão ainda pede pagamentos por danos morais coletivos que variam entre R$ 200 mil e R$ 400 mil

Manifestantes após resultado das eleições - Ronie Cruz
Manifestantes após resultado das eleições - Ronie Cruz

Dois empresários e uma mulher responsável pelo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) de Dourados foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) após serem identificados como incitadores e/ou financiadores do movimento antidemocrático na cidade que, entre outras pautas, reivindica a intervenção das Forças Armadas contra o resultado das eleições que elegeram o presidente Luís Inácio Lula da Silva. 

Segundo o MPF, os denunciados infringiram o art. 286 do Código Penal ao “incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”. Além disso, o órgão informou que as denúncias são resultado de intenso trabalho da Polícia Federal para identificação das pessoas que, de algum modo, vêm subsidiando as manifestações.

Conforme as denúncias, enquanto o primeiro empresário (que é proprietário de restaurante) pediu intervenção militar nas redes sociais e forneceu alimentação a centenas de pessoas acampadas em frente à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados, o segundo empresário do ramo agropecuário enviou todos os veículos de sua empresa, que somam mais de 50 carretas, para a frente do mesmo quartel em apoio ao movimento ilegal. 

Ainda segundo o MPF, já a responsável pelo CTG de Dourados cedeu a estrutura do local próximo ao quartel, para fins logísticos e de manutenção do movimento. O órgão entende que os denunciados ultrapassaram o exercício da liberdade de expressão ao incentivarem atos golpistas que incitam às Forças Armadas a agirem contra o resultado das eleições legitimamente reconhecido como válidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Caso a justiça atenda às denúncias do MPF, o proprietário do restaurante e a responsável pelo CTG podem ser condenados ao pagamento de danos morais coletivos nos valores de R$ 200 mil, enquanto que o empresário dono da loja de insumos agropecuários pode ser condenado pagar ainda mais: R$ 400 mil. 

O MPF pediu também o bloqueio das contas do empresário dono de restaurante no Instagram, já que um dos perfis vem sendo utilizado com fins criminosos. 

O órgão informou que continuará atuando no trabalho intenso de identificação dos responsáveis pelos atos antidemocráticos com o apoio investigativo da Polícia Federal.