
Os desdobramentos da Operação Fake Cloud, do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPMS), apontam um contrato superfaturado em cerca de 1.971%, arquitetado pelos empresários Lucas de Andrade Coutinho e George Willian de Oliveira, em parceria com Nilson dos Santos Pedroso, na época gerente municipal de Aquisições Governamentais na Prefeitura de Itaporã, cidade há 17 km de Dourados.
Segundo as informações, os empresários teriam pago R$ 30 mil em propina o então servidor municipal. Os três foram presos no último dia 23 de outubro, quando a operação foi deflagrada com o apoio do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
O serviço em questão era o armazenamento em nuvem de dados, cujo custo estimado real para o município era de R$ 5.040,00 ao ano, contudo, foi contratado por R$ 104.400,00.
As dispensas de licitação (nº 128 e 135/2022) foram utilizadas para formalizar os contratos, e consta que a empresa de George recebeu duas vezes R$ 52.200,00 cada (totalizando R$ 104.400,00) para o município.
O relatório do GECOC ainda revela indícios dos crimes de frustração do caráter competitivo de licitação (art. 337-F do CP), de peculato (art. 312) e de corrupção passiva e ativa (arts. 317 e 333). Os presos também planejavam estender o esquema para mais quatro municípios, de acordo com o relatório.
Conforme informado anteriormente pelo RCN67, A prefeitura de Itaporã, entrou na mira do MPMS, que deflagou a Operação ‘Fake Cloud’ na manhã de 23 de outubro, para apurar um esquema fraudulento na contratação de empresa que presta serviço de backups. No mesmo dia, a Prefeitura Municipal publicou nas redes sociais uma nota oficial sobre a operação, alegando que ela “refere-se exclusivamente a procedimentos administrativos da gestão 2021–2024, vinculados ao Processo Licitatório nº 183/2022. A atual administração não possui qualquer vínculo ou responsabilidade com os fatos investigados e atua com total transparência e colaboração junto aos órgãos competentes”.