O deputado federal Geraldo Rezende comunicou aos vereadores da Câmara Municipal de Paranaíba a abertura de uma representação ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, referente à morosidade nas obras da Santa Casa de Misericórdia de Paranaíba. O documento foi lido na abertura da 21ª sessão ordinária, realizada na noite de ontem.
O parlamentar, ex-secretário estadual de Saúde, cita o convênio estadual nº 33.152/2023, por meio do qual a Secretaria Estadual de Saúde disponibilizou à Irmandade Santa Casa de Misericórdia o valor de R$ 9.587.624,93 para a reforma da unidade, com o objetivo de atender à população carente cadastrada no SUS.
Os recursos contemplam quase 7.500 m² de obras, com previsão de reparo geral, reforma do telhado, portão e calçadas, pintura de áreas externas e internas, além da instalação de módulos de geração de energia fotovoltaica para abastecer setores como urgência e emergência, centro cirúrgico, nutrição, lavanderia, sala de parto, enfermaria, laboratório, raio-X, mamografia, tomografia e hemodiálise.
Na representação, Rezende considera inexplicável a morosidade na elaboração dos projetos e anormal a extensão dos trâmites dos processos licitatórios.
A representação enviada ao Ministério Público é acompanhada de uma foto do lançamento da obra, na qual o deputado aparece ao lado do prefeito Maycol Queiroz e do provedor da Santa Casa, Jair Alves de Souza.
“Aquele lançamento, aquela comemoração, foi um momento de ilusão, pois, mais de um ano depois, o que se vê é uma obra inacabada, onde sequer a reforma do telhado está pronta, mantendo a rotina sinistra e insalubre dos dias de chuva, com infiltrações, mofos e ambientes inundados”, registrou o parlamentar.
Ele afirma que a Santa Casa de Paranaíba nunca recebeu recursos tão expressivos. “São décadas sem uma digna reforma e nada justifica a ineficiência administrativa que repercute diretamente na saúde e na vida das pessoas”, argumentou Rezende.
O deputado lembrou ainda que, em 2022, durante a crise da COVID-19, quando estava à frente da Secretaria Estadual de Saúde, foi responsável pela instalação de 10 leitos de UTI, que, inicialmente de caráter emergencial, passaram a ser habilitados como UTIs fixas. O hospital foi então contemplado com R$ 1,9 milhão para ampliação e funcionamento das unidades, com previsão de conclusão em seis meses. “Tristemente, constatamos que mais de três anos se passaram e as UTIs ainda não estão funcionando como deveriam”, lamentou o parlamentar.
Procurada pela reportagem do RCN 67, a direção administrativa da Santa Casa de Misericórdia informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre a representação.