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Capitão Nascimento vai atuar na campanha do desarmamento

O governo quer tirar armas de circulação para reduzir as estatísticas de crimes e mortes e prevê pagar até R$ 300 por cada item entregue de forma voluntária

O ator baiano Wagner Moura emprestou a voz de um de seus mais conhecidos personagens, o Capitão Nascimento, para as peças que serão veiculadas -
O ator baiano Wagner Moura emprestou a voz de um de seus mais conhecidos personagens, o Capitão Nascimento, para as peças que serão veiculadas -

O governo federal lança na próxima sexta-feira (6) a nova campanha nacional de desarmamento com um reforço de peso. O ator baiano Wagner Moura emprestou a voz de um de seus mais conhecidos personagens, o Capitão Nascimento, para as peças que serão veiculadas nas emissoras de rádio e televisão do país a partir do fim de semana.

A expectativa do Ministério da Justiça, que encabeça a organização da campanha e tem o apoio de dezenas de outras instituições, tanto oficiais como civis, é de que a locução do herói da série de filmes Tropa de Elite sensibilize a população quanto ao problema da violência causada pelas armas de fogo.

O governo quer tirar armas de circulação para reduzir as estatísticas de crimes e mortes e prevê pagar até R$ 300 por cada item entregue de forma voluntária. Segundo o ministério, ao ser convidado, Moura aceitou prontamente participar da iniciativa e abriu mão do cachê.

A assessoria de imprensa do ator disse que ele topou gravar as locuções porque “apoia a causa” do desarmamento. Além disso, mantém envolvimento com uma série de outras questões, como trabalho escravo, a transposição do rio São Francisco e reforma agrária.

A campanha, que será lançada no Rio de Janeiro, terá inserções de 30 e de 15 segundos na TV, além de vinhetas no rádio. Na versão de vídeo, serão aproveitadas imagens que já haviam sido usadas pelo governo em uma campanha anterior.

Na sexta, após participar do anúncio da iniciativa, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá até a cidade de Volta Redonda, onde cerca de mil armas apreendidas serão incendiadas nos fornos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

A campanha do desarmamento traz novidades em relação a versões anteriores. Uma delas é o anonimato de quem decidir entregar armas. Agora, não será preciso se identificar nos postos de recolhimento dos itens.

Para receber as armas, o governo vai credenciar uma rede de postos. Os primeiros serão montados em delegacias da Polícia Federal. Aos poucos, também serão habilitadas sedes de ONGs ligadas à área de segurança pública, delegacias da Polícia Civil, quartéis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e igreja. Agentes de segurança serão deslocados para os lugares em que não houver aparato de segurança próprio – caso das igrejas e ONGs.
Outra novidade é a inutilização da arma no momento da entrega, para impedir que ela volte a ser usada. Posteriormente, os equipamentos serão encaminhados à Polícia Federal para o descarte total, feito em fornos industriais de alta temperatura.

Pagamento

Quem entregar sua arma receberá, ainda no posto de recolhimento, um comprovante com um código para sacar uma indenização. Os valores variam de R$ 100 a R$ 300, conforme o tipo da arma. De início, o Ministério da Justiça prevê gastar até R$ 10 milhões com esses pagamentos.

Antecipação

Originalmente, a nova campanha seria lançada em junho, mas foi antecipada após a tragédia de Realengo (RJ). Lá, no dia 7 de abril, um atirador invadiu a escola municipal Tasso da Silveira e abriu fogo contra os alunos, matando 12 pessoas e ferindo outras 14.

Nas duas campanhas realizadas anteriormente, foram recolhidas cerca de 550 mil armas, número que o governo espera superar este ano. De acordo com o Ministério da Justiça, as emissoras de TV aceitaram veicular as peças publicitárias sem custos para o governo, cedendo gratuitamente espaços em suas grades de programação.