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Três Lagoas

Dívidas do Consórcio UFN 3 giram em torno de R$ 25 milhões em MS

Valor é referente ao calote que o Consórcio deu nas empresas

Consórcio não vai mais tocar obras da fábrica de Fertilizantes - Divulgação
Consórcio não vai mais tocar obras da fábrica de Fertilizantes - Divulgação

O Consórcio UFN 3, que estava responsável pela construção da fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, não deve apenas para fornecedores de Três Lagoas, mas também para empresas de  outros municípios do Mato Grosso do Sul, bem como para outras do Estado de São Paulo. Em entrevista ao Jornal do Povo, o presidente da Associação das Empresas Locadores de Equipamentos Pesados de Mato Grosso do Sul (Alep-Ms), Sérgio Fenelon, a dívida do Consórcio com essas empresas de outros municípios do Estado, soma pouco mais de R$ 14 milhões.

Entretanto, conforme ele, ao todo, a dívida do Consórcio com fornecedores de bens e serviços em todo o país, somacerca de R$ 400 milhões. “O Consórcio não deve apenas em Mato Grosso do Sul, mas para empresas de municípios de outros estados”, disse.  Somente com fornecedores de Três Lagoas, segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, Atílio D’ Agosto, a dívida é de R$ 11 milhões. Portanto, somente dentro do MS, o Consórcio deve R$ 25 milhões. “Esse rompimento do contrato, nada mais é do que um calote que o Consórcio deu nas empresas”, comentou.

A dívida de R$ 14 milhões é referente ao não pagamento de empresas do Estado que foram contratadas pelo Consórcio para locação de equipamentos pesados, fundações e gerenciamento ambiental de resíduos. Só para uma empresa, o Consórcio deve R$ 6,2 milhões. Empresa esta que, segundo o presidente da associação, deve quebrar se não receber esse valor. “As empresas vem sofrendo um impacto financeiro muito grande por conta do possível calote, algumas delas, tiveram que reduzir o quadro de funcionários e se desfazer de patrimônio, a fim de honrar os seus pagamentos”, ressaltou.

De acordo com Fenelon, desde o mês de dezembro de 2013, o Consórcio parou de pagar as medições mensais, o que, segundo ele, dentro do mercado de grandes obras, por algumas vezes pode ocorrer, principalmente por se tratar de final de ano.Sendo assim, as empresas continuaram a prestar os referidos serviços, sensibilizados pela importância do empreendimento para a economia de Mato Grosso do Sul, sempre com a promessa do Consórcio de que iria regularizar os pagamentos pendentes.

Porém, no final do mês de abril de 2014, quando o saldo devedor acumulado já atingia a somatória de quase R$ 8 milhões, algumas das empresas se reuniram com representantes do Consórcio para buscarem um plano de pagamento afim de não paralisarem os serviços. O Consórcio se comprometeu a pagar a dívida, conforme consta em ata assinada.

Entretanto, segundo o presidente da associação, o Consórcio descumpriu o acordo estabelecido na reunião realizada no dia 22 de abril deste ano, dispensando os equipamentos e empresas desnecessárias para a continuidade da obra. “Além da falta de pagamento, diversos equipamentos foram devolvidos com avarias graves, impedindo que os mesmos fossem locados em outros contratos, fomos usados e descartados segunda a conveniência do Consórcio UFN3”, disse o empresário Paulo Genta.

O presidente da associação disse que, por diversas vezes os empresários buscaram váriasmaneiras para tentar solucionar as pendências de forma amigável, inclusive se reunindo com gerência da Petrobrás, responsável pela obra. Entretanto, sempre encontraram a intransigência por parte do Consórcio UFN3.

Antes de falar com a reportagem, Sérgio ainda não tinha conhecimento de que o Consórcio não iria tocar mais a obra. Ao saber, disse: “Agora que vai ser difícil recebermos mesmo. Esse Consórcio agiu de má fé”, declarou Sérgio que, juntamente com os demais empresários devem ingressar com uma ação na justiça na tentativa de receber a dívida.

RESCISÃO

Conforme divulgado na edição de ontem do Jornal do Povo, o Consórcio não irá mais tocar a obra da fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, orçada em R$ 4 bilhões. As obras foram paralisadas e o Consórcio antecipou o recesso de final de ano.