Um investimento de R$ 2,742 milhões transformou um antigo galpão de máquinas pesadas em escola moderna e ampla no Assentamento Itamarati, em Ponta Porã. O resultado pôde ser conferido hoje (19), durante a inauguração, e tem surpreendido crianças e jovens que irão utilizar as novas salas de aula, biblioteca, salas de informática e multiuso, e as duas quadras esportivas. “É uma obra grandiosa, a melhor obra que o assentamento já recebeu”, define o diretor do estabelecimento de ensino, José Carlos de Brito, que desde 1997 trabalha como educador no assentamento.
“Queremos que esta escola seja exemplo, e pretendemos dar todas as oportunidades aos assentados”, afirmou o governador André Puccinelli, destacando a intenção de investir permanentemente em tecnologia nas escolas da Rede Estadual e buscar a meta de dar aos alunos da Rede Pública ensino de qualidade tão bom quanto a das redes particulares.
O diretor de Programas e Projetos Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/Ministério da Educação) Leopoldo Jorge Alves Junior, afirmou que a parceria entre o governo federal e o Estado é importante porque demonstra o empenho, a presença e o compromisso com a educação que esses dois poderes públicos têm. “Juntos, estamos buscando recursos, discutindo estratégias, realizando sonhos e criando a possibilidade futura de formação profissional para os estudantes”, afirmou.
Alves Junior destacou que a obra foi incluída no Plano de Ações Articuladas, estabelecido para promover a melhoria da qualidade da educação, e que contou com recursos dos dois governos. Parte do montante de mais de R$ 2,7 milhões foram obtidos da União, e o Estado aplicou contrapartida. Ao ver a estrutura pronta da nova escola, o representante do FNDE afirmou: “Hoje estamos vendo o resultado concreto de ações que foram planejadas e financiadas. Essa foi uma oportunidade apropriada para recuperar esse espaço”.
O local onde agora foi edificada uma escola de 20 salas de aula, mais espaços de apoio, já foi antigamente uma oficina de maquinário. Não à toa, a obra e todas as possibilidades que ela traz provocaram encantamento e entusiasmo em alunos e professores. Divino Pereira de Almeida, 35 anos, somente aos 30 retomou os estudos. Aluno do ensino médio, ele faz planos para os próximos anos de estudo. “Eu voltei a estudar para obter mais conhecimento e melhor perspectiva de vida. Quero fazer uma faculdade e trabalhar no social. É uma área carente, que eu sinto que posso ser útil”, conta o assentado. Divino vê a nova escola como uma vitória das famílias assentadas e dos professores do local, que batalharam por ela. “A gente nunca tinha estudado em uma escola assim antes”.
Duas quadras poliesportivas equipadas integram o complexo escolar. “Com esses espaços, nós abrimos bastante opções, porque antes, só tínhamos o futebol e o futsal. Agora, podemos ensinar diversas modalidades. Os alunos estão muito empolgados, com as novas salas, com as quadras”, diz o professor de educação física Luiz Vanderlei Guedes. A maior quantidade de atividades ao ar livre deve ser também oportunidade de mais interação entre os alunos, ele acredita, e uma ferramenta para trabalhar a disciplina.
A Escola Estadual Nova Itamarati, agora instalada na sede do Assentamento Itamarati II, conta com cerca de 58 professores. Contada pelo presidente da Associação de Pais e Mestres, a história remete ao primeiro estabelecimento de ensino, a Escola Rural Fazenda Itamarati, em 1975. Nos anos 1980, passou a ser o Pré-Escolar, 1º e 2º graus Fazenda Itamarati, uma extensão da escola AD Marques, de Ponta Porã. Em 1985 se tornou Escola Estadual Fazenda Itamarati e agora ganhou a nova denominação, para marcar a implantação do novo e moderno prédio. O número de estudantes, que há sete anos girava em torno de 280 atendidos na antiga estrutura, agora chega a quase dois mil.