Vinte e cinco dos 41 presos que se rebelaram na última sexta-feira na cadeia pública de Aparecida do Taboado foram transferidos para presídios de Três Lagoas, Paranaíba e Cassilândia. Segundo o delegado Lúcio Fátima, a transferência foi feita ainda na sexta-feira, depois que o tumulto foi contido. Dos 41 detentos, 15 foram removidos para Três Lagoas, cinco para Paranaíba e cinco para Cassilândia.
Maracaju
Presos que se rebelaram em Aparecida são transferidos
Dos 41 detentos, 15 foram removidos para Três Lagoas, cinco para Paranaíba e cinco para Cassilândia
Três celas foram durante a rebelião. O motim começou por volta do meio dia de sexta-feira e foi contido três horas depois pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar e Corpo do Bombeiros.
O delegado Lúcio Fátima disse em entrevista ao RCN Notícias de Cultura FM 105,5 que não há um motivo específico para a rebelião, mas reconheceu que as condições enfrentadas pelos presos são precárias. Todas as quartas-feiras e sextas-feiras os agentes de polícia são obrigados a deixar as atividades operacionais e de investigação para fazer o trabalho de vigilância dos presos durante o banho de sol e visita dos familiares.
De acordo com o delegado, o tumulto começou quase uma hora depois de encerrada a visita. Nove presos são apontados como responsáveis pelo início da rebelião, que no final acabou envolvendo os 41 detentos que ocupavam as seis celas da delegacia. Ninguém ficou ferido, mas a notícia assustou a população.
A rebelião obrigou o delegado a chamar policiais que estavam de folga e de férias, além de agentes de cumpriam licença médica. A Polícia Militar também mobilizou todo o efetivo para conter a revolta. Segundo o delegado Lúcio Fátima, os detentos quebraram a parece de uma das celas e saíram para uma galeria, onde arrombaram cadeados de outras duas celas onde estavam outros 32 presos e atearam fogo em colchões.
Os bombeiros foram chamados, mas acabaram agredidos a tijoladas. O delegado disse que o fogo provocou uma densa nuvem de fumaça, mas felizmente ninguém foi intoxicada em razão da ação dos bombeiros. Nenhum preso conseguiu fugir. A última fuga registrada em Aparecida do Taboado ocorreu em 18 de setembro de 2009. Das seis celas, apenas três ficaram intactas. O delegado acredita que a rebelião tenha ocorrido em razão do grande número de prisões realizadas entre 6 e 12 de fevereiro, que causou superlotação.
“Sabemos que há problemas de vagas em todos os presídios e a delegacia não é um estabelecimento penal, por isso pedimos autorização para a Justiça e Ministério Público e apoio às Delegacias Regionais para transferência de uma parte dos presos”, disse o delegado. Segundo ele, para conter a rebelião foram cortadas a água e a energia.
Após a rebelião, a Delegacia, que já enfrenta problemas de efetivo, está sem condições de abrigar novos presos até que as celas sejam reformadas. “A situação é grave”, diz o delegado.
O Corpo de Bombeiro informou que a maior preocupação era com a intoxicação de presos, pois o fogo nos colchões de espuma provocou uma densa nuvem tóxica, tão nociva quanto a que atingiu as vítimas da boate de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.