A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional vai encaminhar nesta semana um pedido ao governo russo para que a gaúcha Ana Paula Maciel, presa durante um protesto do grupo ambientalista Greenpeace contra a exploração de petróleo no Ártico e acusada de pirataria na Rússia, responda ao processo em liberdade. O requerimento é do deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Oportunidade
Relações Exteriores vai pedir à Rússia que ativista brasileira se defenda em liberdade
Deputados contestam enquadramento de ambientalista em crime de pirataria e dizem que ato do Greenpeace foi manifestação pacífica e legal.
Ana Paula, que é bióloga e militante do Greenpeace, foi detida no norte da Rússia, no final de setembro. No total, 30 pessoas de diferentes países foram presas.
Em uma campanha contra a exploração petrolífera, ativistas do Greenpeace tentaram escalar uma plataforma da empresa de energia russa Gazprom no Mar de Barents. A empresa é a maior exportadora de gás natural do mundo.
Guardas costeiros russos impediram os ativistas e dispararam tiros de advertência com armas automáticas.
Segundo Fontana, a ação dos ativistas foi pacífica: "Se aquilo que estava ocorrendo ali é pirataria, então viva a pirataria”. O deputado diz que “não tem nada de pirataria no ato que eles fizeram. Eles estavam lá para fazer um protesto pacífico que queria mostrar ao mundo a exploração de petróleo em um ecossistema de risco para a humanidade”.
Fontana afirma que eles pretendiam apenas “estender uma faixa, como são em geral os protestos do Greenpeace, e a guarda costeira russa tratou de transformar isso num crime, numa ilegalidade".
Governo mais incisivo
Por determinação da presidente Dilma Roussef, o Ministério de Relações Exteriores está dando assistência à brasileira.
Mas o líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), acredita que “o governo brasileiro deveria ser mais incisivo, deveria usar de mais força”. O deputado gostaria que “fosse uma defesa não de o governo contratar um advogado, mas o governo manifestar seu ponto de vista".
Sarney Filho disse que a prisão “fere os direitos à liberdade de opinião e expressão, independentemente de fronteiras, e o de que ninguém pode ser preso de maneira arbitrária, que são princípios da Declaração Universal de Direitos Humanos”.
Também a Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados enviou manifestação à embaixada da Rússia no Brasil, pedindo a libertação da brasileira.