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Três Lagoas

Exoneração de comissionados comprova clientelismo na Casa Civil

Publicado primeiro decreto de exoneração de servidores em cargos comissionados; depuração atingirá 1,8 mil

A depuração no quadro provisório de servidores de livre nomeação (sem concurso público), mostra que a Casa Civil é o principal instrumento de clientelismo político. Muitos servidores que foram exonerados nessa primeira leva sequer compareciam ao local de trabalho. Até ex-secretário do governo Marcelo Miranda (1983/65) estava encastelado na Secretaria de Governo (Casa Civil). Com a decisão do governo em condicionar a volta de comissionados à futura Lei Estadual da Ficha Limpa, estima-se que alguns nomes conhecidos nos meios políticos não devam ser reaproveitados.

As primeiras exonerações foram publicadas ontem no Diário Oficial do Estado (DOE). De acordo com o decreto, os servidores que realmente tenham função e sejam eficientes no que faz serão reconduzidos ao respectivo cargo com data retroativa de 1º de janeiro. Puccinelli diz que não há nenhuma conotação política na medida. A reestruturação da máquina administrativa deve ser concluída nesse primeiro trimestre. Ao todo, serão exonerados 1.800 ocupantes de cargos sob comissão.


O reordenamento administrativo foi anunciado pelo governador no Facebook, por meio de nota e entrevista coletiva. Os objetivos da depuração, segundo o governador, são melhorar a “operacionalização, garantir eficiência e adequação em decorrência de novas demandas e necessidades”.


DEMITIDOS
De acordo com o decreto publicado no DOE, foram exonerados ex-deputados, presidente e partidários do PTB e até ex-Big Brother Brasil (BBB). A relação de demitidos traz 143 nomes, entre eles estão João Alfredo Vieira Carneiro e Arildo Garcia Perrupato, ambos ligados ao PTB e denunciados por não ir ao trabalho. João Alfredo foi nomeado para o cargo de DGA-1, com salário de R$ 7.796,80, mais gratificação de 40%.


Também foram exonerados o ex-deputado federal Manoel do Carmo Vitório (Corumbá); o ex-deputado estadual Aluísio Borges Gomes; o ex-deputado Paulo Estevão da Cruz e Souza; o ex-prefeito de Inocência, José Arnaldo Ferreira de Melo; o ex-secretário de Fazenda, Thiago Franco Cançado; o ex-presidente da Câmara de Aquidauana, Carlos Gentil Vasconcelos; o ex-presidente da Câmara de Naviraí, Onivair José de Matos.


Aparecem também na lista de demitidos o presidente regional do PRB, Reginaldo de Oliveira Ferreira, conhecido como Pastor Reginaldo, e Tchaia Silva Milas, filha do empresário Emídio Milas, ligado ao PSL.


O PRB apoiou a candidatura de Edson Giroto (PMDB) a prefeito de Campo Grande. No entanto, na eleição para presidente da Câmara, acompanhada da primeira fila pelo governador André Puccinelli (PMDB), o vereador do partido votou na candidata do prefeito Alcides Bernal (PP).


O ex-participante do BBB, Dilson Walkares Rodovalho Filho, o Dilsinho Mad Max, também foi exonerado. O ex-deputado estadual Youssif Domingos foi mantido na equipe do governador. Contudo, dois assessores ligados a ele foram demitidos: Moraima Batista Porello e Valdeci Celestino Bezerra.Os cargos vão da classificação de DGA-especial a DGA-7. Na primeira categoria, está o ex-prefeito de Campo Grande e ex-senador, Juvêncio César da Fonseca, que também foi demitido. Juvêncio, que teve uma atuação apática no Senado, estava no ostracismo e não conseguiu se enturmar no governo de André Puccinelli.