A decisão de instalação de fábrica de celulose e papel em Três Lagoas foi tomada há sete anos, em Estover, na Carolina do Sul. O tempo de maturação foi de seis meses, entre 10 de maio e 10 de novembro de 2005. Em 10 de maio, Três Lagoas foi apresentada aos diretores da International Paper pela então prefeita Simone Tebet. A comitiva brasileira que “vendeu” a ideia de transformar a costa Leste de Mato Grosso do Sul em polo de celulose e papel incluía, além do governador e secretários da área econômica, o presidente da FIEMS à época, Alfredo Fernandes, e representantes do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior e do Ministério das Relações Exteriores. John Faraci, CEO da International Paper, disse estar impressionado com a logística e potencial hídrico de Três Lagoas. A água é um dos principais insumos na depuração da fibra do eucalipto.
Três Lagoas
IP bateu o martelo há sete anos em Eastover (EUA)
A decisão de instalação de fábrica de celulose e papel em Três Lagoas foi tomada há sete anos, na Carolina do Sul
Acompanhada pelo então governador do Estado, José Orcírio Miranda dos Santos, na fábrica da IP de Estover, Simone Tebet convenceu a diretoria da IP que as potencialidades locais e a logística eram as ideais para o maior projeto da companhia fora dos Estados Unidos. Eram duas opções: Brasil e Rússia. Após a visita da comitiva brasileira, no mês seguinte, a companhia decidiu que Três Lagoas reunia as melhores condições: base florestal excepcional, em razão do tempo de formação do eucalipto, muito menor que na Rússia (corte em sete anos contra 10 anos no leste europeu), água e energia em abundância, logística privilegiada, com sistema multimodal e proximidade com os principais centros consumidores em relação ao mercado interno.
Faltava decidir, no entanto, se a fábrica seria de celulose ou de celulose e papel, ou simplesmente papel. Iniciou-se, então, uma negociação muito bem articulada de prospecção do setor de celulose no Brasil. A ideia de uma fábrica de papel era mais viável, mas havia necessidade de montar as bases de uma indústria de celulose competitiva, ou seja, sem grandes custos de transporte. O resultado é o que se vê hoje. Com a troca de ativos com a poderosa Votorantim Celulose e Papel (VCP), nasceu a Fibria, hoje principal fornecedora da celulose de fibra curta para a IP, que fica ao lado.
EXPANSÃO
E o processo não para com o conglomerado que hoje reúne duas gingantes da celulose e o maior projeto de fabricação de papel da Internacional Papel fora dos Estados Unidos. De acordo com a FIEMS, não exatamente em Três Lagoas, mas na área de influência, provavelmente em Selvíria e Inocência, onde será possível captar água e as florestas de eucalipto se expandem rapidamente, podem ser instaladas mais duas fábricas de celulose. Segundo o Chief Executive Officer (CEO) da Eldorado, José Carlos Grubisich, a demanda por celulose no mundo cresce em torno de 1,5 milhão de toneladas ao ano, ou seja, é necessário construir uma fábrica do porte da de Três Lagoas a cada 12 meses para atender ao mercado global.