Veículos de Comunicação

Projeto

Câmara aprova projeto que proíbe plantio e comercialização de murta em Três Lagoas

A planta, comum em áreas urbanas, representa uma ameaça direta à citricultura

Com clima favorável, solo propício e localização estratégica, Três Lagoas se posiciona como protagonista no novo ciclo de expansão da citricultura em Mato Grosso do Sul. Foto: Reprodução/TVC HD
Com clima favorável, solo propício e localização estratégica, Três Lagoas se posiciona como protagonista no novo ciclo de expansão da citricultura em Mato Grosso do Sul. Foto: Reprodução/TVC HD

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (29), a Câmara Municipal de Três Lagoas aprovou por unanimidade o Projeto de Lei nº 51, que proíbe o plantio e determina a erradicação da murta — também conhecida como murta de cheiro ou dama da noite. A planta, comum em áreas urbanas, representa uma ameaça direta à citricultura por servir de abrigo ao psilídeo, inseto transmissor do greening, uma das doenças mais devastadoras para os pomares de laranja.

Presente à sessão, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marco Antônio Gomes Júnior, destacou que a proposta apenas regulamenta uma legislação estadual já em vigor. “Essa já é uma lei estadual, a gente só regulamentou aqui dentro de Três Lagoas. Todas as cidades da Costa Leste praticamente estão fazendo isso”, explicou. Segundo ele, a eliminação da murta é estratégica para consolidar o município como um novo polo de produção de laranja em Mato Grosso do Sul. “Estamos saindo na frente, combatendo isso para que a gente possa receber esse novo mercado dentro da nossa cidade.”

Além da proibição da murta e da dama da noite, o projeto prevê a substituição das mudas por espécies alternativas, além da realização de campanhas educativas junto à população. “A gente vai ter um programa para incentivar as pessoas a trocarem. Não é nada que a gente vai sair cortando todas essas [plantas], mas é para que você tenha consciência de participar dessa nova economia”, afirmou o secretário.

Atualmente, Três Lagoas possui cerca de 167 hectares de laranja plantados, segundo dados da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). A meta, no entanto, é ambiciosa: saltar para 3 mil hectares nos próximos anos. O presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, Bruno Ribeiro, alerta que medidas preventivas como a erradicação da murta são essenciais para evitar prejuízos semelhantes aos registrados em São Paulo, maior produtor de cítricos do país.

“Nós já tivemos reuniões com a prefeitura, com a Iagro, com medo das doenças. Se fala muito em greening, e nós temos aqui uma árvore ornamental, a murta, que é hospedeira do psilídeo, um inseto que transmite a doença”, explicou. “Se isso se espalha para uma lavoura, é uma catástrofe. Quem tem [murta] em casa e puder ajudar, já comece a exterminar. A gente sabe que há apego, mas temos que pensar no coletivo: no desenvolvimento de Três Lagoas e do estado.”

Com clima favorável, solo propício e localização estratégica, Três Lagoas se posiciona como protagonista no novo ciclo de expansão da citricultura em Mato Grosso do Sul.