O comércio varejista de Três Lagoas volta a enfrentar um antigo problema: a presença constante de camelôs instalados de forma irregular nas calçadas das principais avenidas da cidade. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Sueide Silva Torres, afirma que a situação, que havia sido amenizada nos últimos anos, retornou com força e tem gerado prejuízos ao comércio formal.
“Infelizmente estamos há anos lidando com essa situação. Esses vendedores não são ambulantes de fato, porque o ambulante circula, não fica parado. São camelôs, comércio ilegal, e isso está prejudicando enormemente o comércio em Três Lagoas”, pontua Sueide. Segundo ele, a ocupação irregular é visível em pontos como a frente da loja Pernambucanas, na calçada oposta, além das avenidas Clodoaldo Garcia, Filinto Müller e Capitão Olyntho Mancini.
De acordo com o presidente do sindicato, o Código de Posturas do município proíbe a obstrução das calçadas, mas os camelôs continuam montando estruturas e oferecendo produtos nas portas das lojas. “Eles colocam o carro de manhã e só saem à tarde. Ficam abordando os clientes, oferecendo meia, cinto, exatamente os produtos vendidos dentro das lojas. É uma concorrência desleal”, critica.
Para Sueide, é essencial que a Fiscalização de Posturas da prefeitura atue com firmeza. “O comerciante legalizado não pode colocar nem uma arara na calçada. Já os camelôs montam bancas inteiras e ninguém faz nada. Estamos aguardando que o município cumpra seu papel.”
O sindicato ainda não entrou em contato oficialmente com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico em 2025, mas, segundo o presidente, essa cobrança deve acontecer caso não haja uma ação espontânea por parte da administração municipal. “Cada setor precisa cumprir seu dever. Não é papel nosso cobrar o tempo todo. Mas se não houver uma resposta neste primeiro semestre, vamos tomar providências.”
Outro ponto destacado é a ausência de sinalização orientando os ambulantes sobre a necessidade de se regularizar. “Em muitas cidades há placas na entrada informando que, antes de exercer o comércio ambulante, é preciso procurar a secretaria responsável. Três Lagoas não tem isso, e isso contribui para a desorganização”, acrescenta Sueide.
Procurada, a prefeitura não se manifestou sobre o assunto.