A Colônia Penal Industrial “Paracelso de Lima Vieira Jesus” de Três Lagoas se tornou referência no sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul e do Brasil. Sob a direção de José Salles há quase 10 anos, a unidade atingiu a marca de 100% de internos aptos ao trabalho efetivamente inseridos em atividades laborais. Em entrevista ao RCN Notícias, da TVC HD Canal 13.1, o diretor fez um balanço do trabalho desenvolvido e destacou os avanços conquistados com o apoio de empresas e do poder público.
“Quando assumi, apenas 30% dos internos trabalhavam. Hoje, temos 175 dos 203 internos exercendo alguma função. Os que não trabalham estão sancionados ou em fase de adaptação”, explicou Salles.
Segundo ele, a média de reeducandos trabalhando na unidade é a mais alta do Estado — e bem superior à média nacional, que gira em torno de 23%.
A Colônia possui 11 convênios de trabalho, sendo o principal com a Prefeitura de Três Lagoas, responsável por 90 das 150 vagas disponíveis. Os internos atuam em diversas secretarias, como Educação, Meio Ambiente, Administração e Desenvolvimento, além de empresas privadas como RD Ferragens, Scala Blocos e Poligonal.
“Temos vários casos de ex-internos que foram contratados pelas empresas após o cumprimento da pena. É um trabalho que muda vidas e reduz a reincidência criminal”, afirmou o diretor.
Salles também destacou a portaria conjunta assinada pelos juízes Dr. Rodrigo Pedrini Marcos e Dr. Luiz Felipe Medeiros Vieira, que permite a inserção de presos do regime fechado em atividades internas da unidade. Obras como a nova copa, cozinha e a sala da OAB, que será inaugurada nesta quinta-feira (às 9h), foram construídas pelos próprios internos, com supervisão técnica.
Empresários interessados em firmar convênio com a Colônia Penal podem procurar o local ou entrar em contato com o Conselho da Comunidade pelo telefone (67) 3522-7282. A unidade conta com um barracão de 800 m² disponível para uso gratuito, permitindo que empresas contratem até 30 internos do regime fechado. “A empresa não tem custos com tributos trabalhistas, paga apenas o salário, uma ajuda de custo e taxa simbólica de administração”, explicou Salles.
O diretor agradeceu ao Poder Judiciário e aos servidores da unidade.
“Esse trabalho só é possível graças ao comprometimento da equipe e ao apoio incondicional dos juízes, principalmente do Dr. Rodrigo Pedrini, que já destinou mais de R$ 1 milhão em obras para a unidade. É um modelo que gera transformação de verdade”, concluiu.