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Mais de 50 pessoas seguem desaparecidas em Três Lagoas em 2025, segundo dados da Polícia Civil

Desde 2021, já são 210 casos contabilizados, com média anual de quase 40 desaparecimentos

Dados apontam que, dos registros feitos em Três Lagoas, 65% das vítimas são homens, 33% mulheres e 1,5% não tiveram o gênero informado. Foto: Arquivo.
Dados apontam que, dos registros feitos em Três Lagoas, 65% das vítimas são homens, 33% mulheres e 1,5% não tiveram o gênero informado. Foto: Arquivo.

O desaparecimento de pessoas continua sendo um problema preocupante em Três Lagoas. Somente em 2025, 51 pessoas foram registradas como desaparecidas no município, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Desde 2021, já são 210 casos contabilizados, com média anual de quase 40 desaparecimentos.

Entre os casos que seguem sem solução está o de Derlan José Pereira, desaparecido desde maio de 2023, após sair de uma clínica de reabilitação onde estava internado.

A irmã, Mayra Pereira, contou que ele saiu apenas com a roupa do corpo, levando uma Bíblia e medicamentos. Desde então, a família não teve mais notícias.

“Ele nunca foi de sumir, sempre saía, mas voltava. Já se passaram dois anos e meio e a gente não sabe se está vivo, se está morto, se perdeu a memória. Minha mãe não dorme desde o dia em que ele desapareceu”, relatou.

A mãe de Derlan, Sueli Marques fez um apelo aos pais.

“Pais e mães, não desistam dos seus filhos. Se eles pedirem ajuda, ajudem. Eu tentei ajudar o meu filho, mas ele saiu da clínica e até hoje não sei onde está. A vida da gente parou”.

Dados apontam que, dos registros feitos em Três Lagoas, 65% das vítimas são homens, 33% mulheres e 1,5% não tiveram o gênero informado. Apesar da gravidade, parte desses casos já foi solucionada, mas os boletins não são atualizados no sistema.

Essa falha, segundo o delegado regional da Polícia Civil, Ailton Pereira, prejudica o levantamento real e o trabalho investigativo.

“Muitas famílias registram o boletim, mas depois que a pessoa é encontrada não voltam para dar baixa. Isso mantém os casos ativos no sistema e atrapalha outras investigações”, explicou.

O delegado reforça que o registro deve ser feito imediatamente, assim que o familiar percebe algo fora do normal.

“Não existe esperar 24 ou 48 horas. O boletim deve ser feito na hora, com o máximo de informações possível, para que a polícia aja rápido e com mais eficiência”, orientou.

A Polícia Civil afirma que casos de desaparecimento recebem prioridade pelo sofrimento envolvido.

“A gente sabe o quanto é difícil para a família e trabalha incansavelmente para localizar o desaparecido e trazer conforto aos parentes”, completou o delegado.