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Alerta

Saúde em risco: baixa umidade do ar intensifica sintomas gripais e alergias

Com o tempo seco e a queda nos níveis de umidade em Três Lagoas, aumentam os riscos de doenças respiratórias no período

Com o tempo seco e a queda nos níveis de umidade em Três Lagoas, aumentam os riscos de doenças respiratórias no período
Com o tempo seco e a queda nos níveis de umidade em Três Lagoas, aumentam os riscos de doenças respiratórias no período

Com a intensificação do tempo seco, Três Lagoas enfrenta um período de baixa umidade relativa do ar — condição típica dos meses entre o fim de maio e o final de agosto. No mês de julho, os índices já chegaram a 20%, em dias consecutivos, quando o ideal varia entre 40% e 70%, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além do desconforto respiratório, esse cenário pode representar sérios riscos à saúde, especialmente para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

De acordo com o médico emergencista João Gabriel Gonçalves, coordenador do Pronto-Socorro do Hospital Auxiliadora, o volume de atendimentos por síndromes gripais e complicações respiratórias aumenta a cada dia. “A maioria dos casos é leve, mas o aumento é significativo e exige atenção redobrada da população, principalmente porque o tempo seco favorece a propagação de vírus e o agravamento de doenças respiratórias”, alerta.

Entre os principais vilões deste período estão os vírus da gripe comum, como Influenza e H1N1, além do Rinovírus e o vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acomete especialmente crianças pequenas. O ar seco facilita a transmissão desses agentes, já que o ressecamento das mucosas nas vias aéreas reduz a proteção natural do organismo.

Segundo os especialistas, outro fator agravante é o aumento da concentração de alérgenos no ar. Poeira, poluição, fumaça e pelos de animais permanecem por mais tempo suspensos na atmosfera durante os períodos de seca, o que contribui para a incidência de doenças como rinite, asma, bronquite e conjuntivite.

Além dos problemas respiratórios, a baixa umidade também impacta outras áreas da saúde. A desidratação, por exemplo, pode tornar o sangue mais denso, aumentar a sensação de cansaço e provocar dores de cabeça. Problemas oculares, como irritação e ressecamento dos olhos, também são comuns nessa época.

CUIDADOS
Para minimizar os efeitos nocivos do tempo seco, os médicos orientam medidas simples, porém essenciais. A principal delas é manter o corpo sempre hidratado. A recomendação é ingerir, no mínimo, dois litros de líquidos por dia, incluindo água, sucos naturais e água de coco. Refrigerantes, bebidas industrializadas, frituras, embutidos e alimentos muito salgados devem ser evitados.

Também é fundamental manter a higiene das mãos, uma vez que o contato com superfícies contaminadas facilita a disseminação de vírus e bactérias. A preferência por ambientes bem ventilados e a limpeza regular da casa ajudam a reduzir o acúmulo de poeira e alérgenos.

Outra dica é umidificar o ambiente, seja com o uso de aparelhos específicos, bacias com água ou toalhas molhadas dentro de casa. Espalhar plantas que liberam umidade, como a espada-de-são-jorge e a jiboia, também pode contribuir para tornar o ar mais respirável.

O médico João Gabriel reforça ainda a importância de buscar atendimento médico em caso de sintomas persistentes ou agravamento do quadro gripal. “Cansaço excessivo, febre alta prolongada, dificuldade para respirar e dor no peito são sinais de alerta que não devem ser ignorados”, afirma.

Nesta semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu alerta amarelo para Três Lagoas, com previsão de umidade relativa do ar entre 20% e 30%.