O Poder Judiciário iraniano negou nesta quarta-feira que os americanos Shane Bauer e Josh Fattal, condenados a oito anos de prisão por espionagem e entrada ilegal no Irã, serão libertados após o pagamento de fiança e disse que o pedido a respeito de seu advogado está em estudo, informou o site oficial "dadiran.ir".
O advogado de Bauer e Fattal, Masoud Shafii, disse na terça-feira à que os dois americanos iriam ser postos em liberdade após o pagamento de fiança de US$ 500 mil cada um horas depois de o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciar que a libertação deles era questão de dias.
Em entrevista ao "The Washington Post", Ahmadinejad revelou que ele havia outorgado "perdão unilateral" aos dois americanos, o que classificou de "gesto humanitário".
"Só o Poder Judiciário informará sobre o tema e qualquer outro tipo de informação a respeito não está justificada", advertiu em nota o site do Poder Judiciário iraniano.
Em 21 de agosto, a Procuradoria-Geral de Teerã confirmou de forma oficial a sentença de oito anos de prisão para Bauer e Fattal, detidos em 2009 com Sarah Shourd quando faziam uma trilha em uma área montanhosa do Curdistão iraquiano, em um ponto em que a fronteira do Irã e Iraque é difusa.
Há um ano, Shourd foi libertada pagando fiança de US$ 500 mil, por razões de saúde e humanitárias e voltou ao seu país, mas seus dois companheiros permaneceram em uma prisão de Teerã.
Os acusados se declaram inocentes. Segundo eles, em nenhum momento tiveram intenção de entrar em território iraniano e tudo foi fruto de uma confusão depois que se desorientassem e errassem o caminho.
Shourd explicou à imprensa americana em novembro que, na realidade, não invadiram o território do Irã até que policiais iranianos fizessem gestos para que se aproximassem de onde eles estavam.