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Três Lagoas

Mão de obra alavanca custo da construção civil em Três Lagoas

Preços de profissionais da área aumentaram em 12% no município, segundo presidente da Associação

Preço da mão de obra chegou a R$ 320 o m² no ano passado -
Preço da mão de obra chegou a R$ 320 o m² no ano passado -

A escassez de profissionais e o aquecimento do mercado fizeram com que a mão de obra encarecesse o custo da construção civil em Três Lagoas no ano de 2012. Segundo o presidente da Associação de Corretores de Imóveis do município, Antônio de Souza, o custo com a mão de obra cresceu em nada menos que 12% de 2011 para 2012.

O percentual corresponde a um salto de R$ 285 (aproximadamente) para R$ 320 o metro quadrado, apenas com profissionais, quase o mesmo valor gasto com o material, que pode variar de R$ 340 a R$ 450, dependendo da qualidade do produto.


“Por exemplo, em uma casa popular com 100 m², o proprietário irá gastar R$ 34 mil apenas com a mão de obra. Em uma casa média, de 200 m², esse custo chega a R$ 90 mil”, explicou.


Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), que mede a inflação do setor. De acordo com ele, o país fechou o ano de 2012 com um aumento de 5,68% na construção civil. A taxa ficou um pouco acima da registrada em 2011, quando houve aumento de 5,65%.


Como previu Souza, a inflação no custo com a mão de obra ficou acima da média nacional (10,61%). Por outro lado, segundo o IBGE, o aumento do custo com o material de construção teria reduzido de 2,67% (2011) para 1,67%, neste ano. Em Três Lagoas, não chegou a haver redução, mas a inflação dos materiais seguiu sem grandes aumentos. “No caso dos materiais de construção, houve aumento em alguns itens. Mas a maioria continua com o mesmo valor. O que houve foi uma valorização imobiliária muito grande. Construtoras aproveitaram o momento que a cidade vive”, disse.


Hoje, o custo total do metro quadrado da construção civil em Três Lagoas gira em torno de R$ 950, quase R$ 100 a mais se comparado à média nacional (R$ 855,64 o m², segundo o IBGE).


REGRESSÃO
Entretanto, o ano de 2013 será de recuo na especulação imobiliária. Na construção civil, Antônio de Souza estima uma queda nos preços de 15% a 25%. Essa redução deve-se a dois motivos, ambos relacionados a conclusão das obras de construção civil de grandes indústrias: o lançamento de mais profissionais da área no mercado de trabalho e também o retorno de outros deles para seus municípios de origem. “Já voltamos a ter uma oferta grande de imóveis. Por exemplo, hoje, tenho [apenas na corretora Daterra] cerca de 170 imóveis para venda. No ano passado, tínhamos, nesta mesma época, 50% a menos”. 


ALUGUEL
Esses fatores deverão afetar também o preço dos aluguéis. De acordo com Souza, o mercado de locação de imóveis na cidade é bastante oscilante e passará, neste ano, por nova queda. A redução nos preços deve ser de 10% a 20%, o que fará com o mercado retorne aos preços praticados em 2011. “Tivemos um grande aumento em 2012, mas a tendência é que os preços normalizem-se neste ano”, disse. O presidente da Associação lembra que o mesmo fenômeno havia sido registrado com o término da construção do complexo de papel e celulose da Fibria e International Paper (IP).