Os esforços por uma convivência harmônica entre Estados Unidos e Oriente Médio, por enquanto, têm se mantido apenas nas esferas governamentais.
Se o Onze de Setembro trouxe mudanças no que tange à sociedade e à economia, com o mundo diplomático não poderia ser diferente.
"Muitos esforços têm sido feitos nessa aproximação com o Oriente Médio", sinaliza Stephen Grand, diretor do Brookings, instituto de pesquisa internacional.
"Os presidentes George W. Bush e Barack Obama tentaram garantir à população que não haveria mais nenhum problema dessa ordem, e isso tem sido sustentado", lembra o especialista nas relações entre Estados Unidos e o mundo islâmico.
Esses esforços resultam em resultados práticos. "A maior parte dos países muçulmanos tem uma relação importante com os Estados Unidos e, até mesmo no Iraque e no Afeganistão, isso vem crescendo."
Inimigo do Oriente
Diogo Costa, professor do curso de Relações Internacionais do Ibmec, lembra que o Oriente Médio despontou como um inimigo dos países do Ocidente na ocasião do ataque contra as torres gêmeas.
"Foi criada uma agenda de medo pelos Estados Unidos, desestabilizando essa relação entre Ocidente e Oriente", explica.
Essa mudança de perspectiva, na opinião de Costa, gerou uma diplomacia teatral. "Há um comportamento um tanto velado e cínico nesses relacionamentos", explica.
Grande exemplo dessa característica é a ambígua relação entre Estados Unidos e Paquistão.
Ao mesmo tempo em que o país é considerado um aliado político americano, foi necessário sigilo na operação que capturou e matou Osama Bin Laden. A invasão foi feita sem anuência do governo do país.