Se depender dos índices do governo, o brasileiro gastou bem menos com alimentação no mês passado. A queda significativa dos preços de alimentos foi o principal motivo para a estabilidade do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho. O governo mede a inflação “oficial” por este indicador. Os dados divulgados pelo ontem IBGE mostram que o IPCA apresentou a menor variação dos últimos quatro anos. Praticamente não houve variação em relação ao registrado em maio (0,43%).
“Foi o mais baixo IPCA mensal desde junho de 2006, quando ocorreu a deflação de 0,21%”, destacou o IBGE em comunicado. Com esse resultado, o acumulado do ano está em 3,09%, o mesmo índice de maio, acima da taxa de 2,57% relativa ao primeiro semestre de 2009. Considerando os últimos 12 meses, o IPCA situou-se em 4,84%, inferior ao acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (5,22%). Em junho de 2009, a taxa havia ficado em 0,36%.
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A batata-inglesa, 23,97% mais barata, esquentou a lista de diversos produtos, cujos preços despencaram em relação a maio – representando a mais significativa contribuição individual para menos: – 0,09%. “Ao passar de (alta de) 0,28 por cento para queda de 0,90 por cento de um mês para o outro, o grupo Alimentação e Bebidas teve contribuição de menos 0,20 ponto percentual.”, ressaltou o IBGE.
O núcleo da inflação também desacelerou. Segundo cálculos de economistas, a média dos três núcleos do IPCA subiu 0,35 por cento em junho, ante alta de 0,59 por cento em maio. A meta perseguida pelo Banco Central neste e nos próximos dois anos é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Houve queda dos custos de alimentos em todas as regiões pesquisadas.
