Após 19 reuniões, a Prefeitura de Três Lagoas definiu um plano para tentar resolver um conflito gerado pelo estacionamento de carretas e o tráfego de outros veículos na avenida Ponta Porã, Jardim Alvorada, zona Leste da cidade. O estacionamento de caminhões pesados e o funcionamento de transportadoras de cargas serão proibidos no bairro.
A grande quantidade de carretas que ficam estacionadas nessa região da cidade tem prejudicado o trânsito e danificado o asfalto da avenida, há vários meses tomada por buracos. A Secretaria de Infraestrutura afirma que não vence recuperar a via em razão da quantidade de veículos de cargas que trafegam e estacionam no local.
Além das carretas, muitos ônibus do transporte de estudantes para uma faculdade instalada no local e carros de alunos também estacionam na região. Os estabelecimentos comerciais existentes no local aumentam o conflito de veículos nas imediações.
E razão disso, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico fez um levantamento para verificar o motivo da quantidade de carretas nessa região e constatou que é resultado do funcionamento de transportadoras instaladas na avenida e ruas próximas – muitas sem asfalto e igualmente danificadas pelo tráfego pesado. Além disso, caminhoneiros autônomos vêm para a cidade em busca de serviço e ficam no local à espera de fretes.
Durante o estudo que foi realizado durante três dias, a secretaria contou 70 carretas estacionadas durante a noite entre as avenidas Ponta Porã e Baldomero Leituga.
“Nesse período, detectamos que esses caminhoneiros prestam serviços para diversas empresas e ficam, em média, três dias no local, que não dispõe de estrutura adequada, como banheiro, refeitório e dormitório”, disse o secretário de Desenvolvimento André Milton.
“Três Lagoas é o grande polo de serviços de transporte, hoje, no país. Como ocorre com ambulantes, trabalhadores e outros segmentos, a cidade atrai também muitos caminhões. A demanda por transportes diminuiu em outras regiões do país. Por isso, os caminhoneiros vêm para cá e ficam até três dias parados porque sabem que terão carga para transportar”, afirmou.
Segundo André Milton, 70% das cargas originadas de Três Lagoas vão para o porto de Santos, no litoral paulista. “Muitos caminhoneiros vêm [a Três Lagoas] por conta própria e outros prestam serviços para empresas da região”, disse.
PÁTIO
O secretário disse que o ideal seria a instalação de um pátio próprio para o estacionamento de caminhões pela iniciativa privada. Mas, como isso não está nos planos da prefeitura, nesse momento, decidiu pela proibição de estacionamento e funcionamento das transportadoras. “Já pedimos que esses caminhoneiros aguardem em locais mais apropriados, como em postos de combustíveis. Se não for em Três Lagoas, onde é fraca a venda de diesel, que fiquem em postos do Estado de São Paulo, onde abastecem”, orientou.
André Milton disse também que conversou com motoristas e as empresas já foram notificadas dessa decisão. O secretário de Infraestrutura, Ricardo Cobianchi, informou que nos próximos dias a prefeitura vai interditar a avenida para iniciar o serviço de tapa-buracos.