Três Lagoas deve ser a terceira cidade do Estado a receber a Comissão Parlamentar de Inquerito (CPI) que investiga a aplicação de recursos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para 11 municípios de Mato Grosso do Sul nos últimos cinco anos. Segundo a assessoria do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), presidente da CPI da Saúde, ainda não há uma data definida, mas pelo tamanho e importância da cidade, o munícipio deve ser o próximo a receber os deputados estaduais que rintegram a CPI.
Atendendo a solicitação da Comissão Parlamentar de Inquerito, a Secretaria Muinicipal de Saúde de Três Lagoas já encaminhou alguns documentos há duas semanas, referentes ao exercício de 2008 a 2010.”Por enquanto só foi pedido esses documentos”, disse a secretária de Saúde Eliane Brilhante.
Na última segunda-feira, integrantes da Comissão parlamentar de Inquérito estiveram em Coxim, quando ouviram o atual e os ex-secretários de Saúde na gestão 2011/2012, bem como a atual presidente do Conselho Municipal de Saúde e o diretor do Hospital Regional naquele município. Os deputados receberam denúncias de superfaturamento de serviços, o não cumprimento da carga horária dos médicos, entre outras.
Para o deputado estadual Amarildo Cruz, presidente da CPI da Saúde em MS, as visitas nesses municípios representam avanço para o trabalho de investigação. “Cada município apresenta algum tipo de problema na saúde e terá um capítulo no relatório final. Precisamos saber sobre a realidade de cada região para apontarmos soluções aos problemas que serão identificados. Esse trabalho que estamos realizando vai contribuir para a melhoria da saúde pública de Mato Grosso do Sul”, destacou.
SECRETÁRIA
A comissão decidiu na manhã de ontem que irá reconvocar a ex-secretária estadual de Saúde, Beatriz Figueiredo Dobashi, para prestar um novo esclarecimento. Beatriz Dobashi pediu demissão do cargo na última segunda-feira e de acordo com a nota oficial da assessoria de comunicação do governo do Estado a demissão foi solicitada para permitir que todos os fatos referentes à Rede de Combate ao Câncer, que envolve o seu nome sejam apurados com a maior transparência.
Em depoimento à CPI, a ex-secretária de Saúde havia negado qualquer interferência ou relação com a vinda de equipamentos para a radioterapia no Estado. Também negou ter articulado para desativar o setor no Hospital Universitário. Entretanto, gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Sangue Frio, mostram que Betriz Dobashi e o ex-diretor-presidente do Hospital Regional, de Campo Grande, Ronaldo Perches Queiroz, articulavam as entrega desses equipamentos ao Hospital do Câncer, que é uma entidade privada.
No início da semana a TV Morena divulgou conversas gravadas entre a secretária com o diretor do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, Ronaldo Queiroz, e o ex-diretor do Hospital do Câncer, Adalberto Siufi, que contradizem as declarações feitas por ela à CPI da Saúde da Assembleia Legislativa.
