O governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente a decisão de retirar todas as tropas americanas que ainda estão no Iraque até o fim deste ano, afirmou o presidente Barack Obama nesta sexta-feira.
De acordo com informações publicadas pelo jornal local "The Washington Post", a decisão veio após o fracasso da tentativa americana de chegar a um acordo com as autoridades iraquianas para deixar milhares de soldados no país para operações especiais e treinamento.
"Como prometido, o restante de nossas tropas no Iraque voltará para casa até o final do ano. Após quase nove anos, a guerra da América no Iraque estará acabada", disse Obama em declaração na Casa Branca, ressaltando que os EUA continuarão interessados na segurança do país.
"Hoje posso dizer que nossos soldados no Iraque definitivamente estarão de volta até as festas de fim de ano".
O anúncio de hoje vai de acordo com o previsto pela administração de George W. Bush, porém, as negociações entre o governo Obama e autoridades iraquianas vêm ocorrendo há meses em relação a quantos soldados permaneceriam no país. Segundo Obama, a saída das tropas é parte de um período de transição, iniciado há anos.
O presidente Barack Obama e o premiê do Iraque, Nouri al Maliki, conversaram hoje por telefone para concretizar a retirada, segundo fontes citadas pelo jornal americano.
Segundo a emissora de TV CNN, apenas 150 soldados devem permanecer no país necessários para proteger o complexo da embaixada americana em Bagdá e seus milhares de funcionários e diplomatas.
Os EUA queriam que 40 mil americanos continuassem em território iraquiano trabalhando no treinamento de forças nacionais e ajudando na segurança local, mas não foi alcançado um acordo.
O fracasso nas negociações, de acordo com o "The Washington Post", pode trazer problemas de segurança para o governo iraquiano, ainda muito dividido, e para a administração de Obama, que herdou a guerra mas prometeu uma retirada ordenada.
Caso uma onda de violência estoure no Iraque após a retirada das tropas, os EUA poderiam levar a culpa por terem abandonado o país.