O professor universitário e cirurgião dentista Mauricio Terra de 41 anos foi confundido nas redes sociais com outro colega da área odontológica, que está sendo investigado por armazenar e compartilhar pornografia infantil em Campo Grande. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS), o verdadeiro suspeito foi preso no último dia 31 de maio, mas solto nesta quarta-feira (1). Dr. Maurício relata que o transtorno começou após a publicação da notícia em um veículo de comunicação que divulgou o endereço dos consultórios, ambos na mesma rua e cruzamento.
“Quando você abria a matéria pra começar a ler, apareciam alguns pontos onde o suspeito atendia e que ele foi preso no seu consultório, cruzamento entre as ruas Rio Grande do Sul e Piratininga. Pra mim foi muita irresponsabilidade do veículo, porque num cruzamento existem quatro esquinas. Numa esquina fica o consultório do colega que foi preso e na outra o meu”, exemplifica.
Ainda segundo Terra, ele e a família receberam questionamentos de algumas pessoas sobre a veracidade dos fatos, principalmente nas redes sociais, onde junto à esposa, possuem 30 mil seguidores. O profissional, que precisou mudar a rotina e até evitar sair de casa depois que foi confundido com o suspeito, chegou a fazer um desabafo no Instagram.
“Todos nos conhecem e sabem onde é nosso estabelecimento. As coincidências não pararam por aí. Colocaram na manchete, dentista, professor e consultório na mesma rua, e eu sou tudo isso! Logo depois da publicação, começaram a associar o acontecido ao meu nome. Comecei a ser taxado de pedófilo em todos os grupos de Whatsapp, até no grupo de dentistas. Quando começaram a chegar algumas mensagens no Instagram da minha esposa, falando que eu era suspeito, busquei a notícia no Google e apareceu o endereço do meu instituto”, afirma.
O profissional alega que procurou o site de notícias, solicitando que as informações fossem melhor esclarecidas, pois a confusão gerou grande transtorno. Ele afirma que não obeteve resposta do veículo de comunicação .
De acordo com a Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Depca), o verdadeiro suspeito, um cirurgião de 52 anos e sem identidade revelada, teve o computador e diversos itens eletrônicos apreendidos.
Conforme a titular da Depca, Fernanda Félix, o profissional estava sendo monitorado há meses e, após a prisão, um fato que chamou a atenção da delegada foi a liberação do investigado sem o cumprimento dos trâmites previstos para esse tipo de flagrante.
“Ele foi solto sem pagar fiança, sem medida cautelar, sem tornozeleira eletrônica e sem nenhuma restrição. E a informação que tenho é que o Ministério Público Estadual entrou com um recurso para apurar isso”, pondera.
A reportagem da CBN Campo Grande entrou em contato com o MPMS e, assim que tiver retorno, as informações serão atualizadas.