As Polícia Civil de São Paulo e Mato Grosso do Sul estão com operação em curso atuando em cidades do estado vizinho e em Corumbá para desarticular criminosos que atuam com o transporte de veículos furtados e roubados para o país vizinho.
Há cumprimento de mandados de busca e apreensão e prisão em Corumbá, Jacareí e Guarulhos na manhã desta quinta-feira (8). O nome da operação é Decepticons II. As autoridades divulgaram que sete pessoas foram presas, sendo que seis foram em Mato Grosso do Sul.
O líder da organização criminosa atuava a partir de Guarulhos e foi preso pela Polícia Civil nesta manhã. Houve ainda a apreensão de 2 kg de pasta base de cocaína. O crime de furto qualificado (quando o veículo é transportado para outro estado ou exterior) era praticado pela organização criminosa por meio de locações de veículos no estado de São Paulo e transporte até a região de fronteira onde eram vendidos ilegalmente no exterior Bolívia.
A investigação identificou que os criminosos tentavam camuflar as ações delituosas. Depois que o condutor deixava o carro na Bolívia, geralmente em Puerto Quijarro, a pessoa registrava boletim de ocorrência em Corumbá, na delegacia da Polícia Civil, como se tivesse sido furtada ou roubada. Geralmente, os carros eram de alto valor e a locação ocorria em nome de “laranjas”.
“A organização criminosa, composta por diversos integrantes, dispunha de um grande esquema de logística. Composta por seu líder, no estado de São Paulo, conhecido pela alcunha de ‘MALUFINHO’, ele era responsável por cooptar pessoas para alugar veículos com a promessa de receberem uma quantia, entre R$ 2.000,00 a R$ 4.000,00, para levar o veículo até Corumbá/MS”, identificou a Polícia Civil, na investigação.
Malufinho também administrava a venda dos veículos na Bolívia e fazia a gestão dos recursos vindos de origem ilegal. Para garantir que o esquema fosse feito com certa tranquilidade, a organização criminosa contratava “olheiros”, “batedores” e “atravessadores”. Essas pessoas eram de Corumbá, principalmente, e davam suporte para os viajantes e garantir que o carro chegasse na Bolívia.
As rotas utilizadas passavam por vias no meio do Pantanal para tentar desviar da fiscalização. Como eram rotas alternativas, pessoas locais davam ajuda para que os motoristas conseguissem andar sem ficarem perdidas.
“A organização também possuía integrantes em aplicativos de corrida que realizavam o trajeto Campo Grande – Corumbá verificando e repassando à quadrilha informações do trajeto”, revelou a Polícia Civil. Foi possível detalhar o esquema depois que um dos integrantes, conhecido como Dodô, acabou preso no dia 5 de agosto. Ele transportava 70 kg de cocaína para Campo Grande.