Durante toda esta quarta-feira (09), movimentos de mulheres e representantes de conselhos participam no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo do I Seminário Estadual “Os direitos das mulheres são direitos humanos”. O encontro foi aberto hoje pela coordenadora especial de Políticas para a Mulher de Mato Grosso do Sul, Carla Stephanini.
“Vamos abordar assuntos como a violência contra a mulher, direitos sexuais e reprodutivos e faremos um resgate da história de luta das mulheres, dos movimentos feministas que muito impulsionaram o momento que hoje vivemos com diversas políticas públicas desenvolvidas no âmbito federal, estadual e em diversos municípios. Queremos chamar a atenção para os direitos humanos das mulheres e ressaltar quando se viola estes direitos nós comprometemos a participação das mulheres no campo da política, social e econômico”, ressaltou Stephanini.
Carla Stephanini disse que há um comprometimento do exercício pleno da cidadania destas mulheres e é o objetivo do seminário que envolve um projeto maior que conta com o apoio da Secretaria Especial de Políticas das Mulheres da Presidência da República, que é a criação do fortalecimento dos conselhos de direitos da mulher.
Stephanini destaca avanços sobre a questão da mulher com trabalhos que vêm sendo desenvolvidos com parcerias. “Acredito que o trabalho da política pública da mulher dá exemplo quando atinge uma integração com os municípios que contam com as coordenadorias das mulheres. Um exemplo é o da Capital, onde alcançamos esta integração e desenvolvimento dos trabalhos com a participação do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres”, disse.
A coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres de Campo Grande, Thai Loschi, disse que a Capital tem o compromisso com as mulheres desde o ano de 2005 com as conferências municipais que aconteceram, a elaboração do Plano Municipal de Políticas para Mulheres e mais o conselho municipal atuante junto com a rede de enfrentamento à violência. “Demonstra que a cidade está com este trabalho voltado para a política pública para a mulher sintonizados com a rede municipal, estadual e federal. São avanços que acontecem na cidade graças ao trabalho técnico e sério e ao apoio dos órgãos públicos do município e do Estado”.
Ela lembrou também de algumas ações como capacitações que estão sendo executadas na Capital. “A prefeitura com verba federal já capacitou 520 agentes de saúde e serão capacitados mais 600 porque são eles que estão dentro dos domicílios verificando a situação da dengue, da leishmaniose, mas o primeiro contato com a mulher vítima de violência. Estamos orientando esses profissionais para que saibam como chegar às residências e dizer para a mulher vítima de violência para procurar um Posto de Saúde que vai ser a porta de entrada para o acolhimento desta mulher”, explicou.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres, Iacita Azamor considera o seminário como uma ferramenta para ampliar as discussões sobre os direitos das mulheres. “Temos alcançado avanços no assunto, mas ainda está acanhado. É preciso melhorar as condições de trabalho, da geração de renda e da moradia. É preciso também mudar uma primeira barreira que é a imagem que vem da mulher que começa desde a criação que é a de sexo frágil. Outra barreira que deve ser quebrada é a da visão machista de que a mulher não consegue alcançar certos cargos. O encontro será bom para mudar estes conceitos e mudar também a mentalidade das próprias mulheres”, ressaltou.
Apesar dos avanços ainda considerados “acanhados”, Iacita Azamor é otimista. “A tendência é que as condições melhorem principalmente com maior participação da mulher em cargos eletivos onde o que ela fala será ouvido”, completou.
O seminário continua na parte da tarde com diversas palestras. A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande, Lúcia Falcão vai abordar entre outros assuntos, como a Delegacia da Mulher de Campo Grande e as do interior do estado vem aplicando a Lei Maria da Penha e que tipo de práticas vem sendo adotadas visando a divulgação desta Lei. “Vamos divulgar também a rede de enfrentamento e a integração que existe entre os órgãos, assim como a integração operacional entre a promotoria e a vara de violência doméstica na Capital”, adiantou.
Lúcia Falcão comentou sobre os avanços da Lei Maria da Penha na Capital e no interior e como as mulheres estão lidando com este novo instrumento de proteção. “A gente tem percebido um fortalecimento por parte das mulheres com um conhecimento maior. Tanto na Capital como no interior os policiais e a rede têm divulgado utilizando a mídia para divulgação da Lei Maria da Penha. Boa parte das mulheres sabe que pode solicitar um tipo de medida de proteção e que vai ser apreciado pelo juiz. Ela sabe que é possível a prisão do autor e que com o conhecimento ela pode se fortalecer”, comentou.