Mato Grosso do Sul registrou em 2009 a constituição de 7.793 empresas. O montante superou os registros de 2008, que era recorde e já havia ultrapassado em mais de 1.000 a quantidade do ano anterior. “Os números de 2009 são excelentes, tendo em vista que foi um ano que começou com o estigma da crise no mundo todo, e considerando também que 2008 foi, até então, o melhor ano de todos os tempos, sem crise”, comemora o diretor-presidente da Junta Comercial, Wagner Bertoli.
Apesar da crise, o mês de dezembro registrou significativas 500 aberturas. O número, embora menor que o de novembro – de 624 empresas – contribuiu para o fechamento de 2009 com 265 empresas a mais que 2008. “Registramos 3,5% de aumento sobre o melhor ano da Junta”, completa Bertoli.
Para o presidente da Junta, embora grandes empresas possam ter sido atingidas pela instabilidade econômica mundial, em nível localizado em Mato Grosso do Sul, especialmente do comércio, a economia “funcionou bem”. “Em primeiro lugar, não houve restrição ao crédito no Brasil; depois, houve as reduções de imposto para veículos e eletrodomésticos da chamada linha branca; tudo isso provocou um giro financeiro e a busca por produtos”, analisa Wagner Bertoli.
A demanda e a oferta mantidas garantiram não somente o negócio da venda imediata, mas trouxeram junto toda uma cadeia de mais produtos e de serviços. Conforme analisa o presidente da Junta Comercial, a circunstância de manutenção de crédito trouxe para o mercado inteiro uma movimentação financeira e novas oportunidades. Ele exemplifica que pequenos novos negócios, como borracharia, ou oficina de eletromésticos surgiram na esteira do crescimento da venda desses produtos.
Outro dado positivo é a queda no número de empresas extintas. Enquanto há um ano houve 1.632 extinções, 2009 acumulou 1.417. São 215 a menos, equivalentes a um percentual de 13%. “Isso é significativo, mostra que o giro financeiro deu sustentabilidade”, explica o presidente da Junta.
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Em setores como o da construção civil, medidas adotadas pelo governo do Estado somaram ao panorama nacional de incentivo e suporte à constituição e manutenção de empresas. “A construção civil aquecida estimula novas pequenas empresas, como uma que faz fundação, ou que cuida de pintura”, exemplifica Wagner Bertoli. Ele também atribui os bons resultados ao boom de supermercados instalados nos últimos meses na Capital, com grandes redes implantando novas unidades. O impacto de um empreendimento desses é tão significativo que atenua o número menor de filiais constituídas em relação a 2008. “Um único supermercado gera tanto emprego, traz tanta movimentação, que muitas vezes é mais importante do que a simples abertura de filiais de outras pequenas empresas”, diz Wanger Bertoli.
Números
Os resultados divulgados hoje (5) pela Junta Comercial apontam crescimento de 3,5% na constituição de empresas em 2009. Os números da última década confirmam o contínuo crescimento dos últimos três anos. Confira: 2000: 6.472; 2001: 7.054; 2002: 5.978; 2003: 5.902; 2004: 6.300; 2005: 6.128; 2006: 5.707; 2007: 6.572; 2008: 7.528; 2009: 7.793.
