A alta no preço do álcool perdeu ainda mais força na semana passada, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Na semana de 24 a 30 de janeiro, o litro do combustível custou, em média, R$ 1,963 nos postos de todo o país –0,77% mais caro do que a média na semana anterior. De 17 a 23 de janeiro, o litro do álcool havia ficado 2,22% mais caro do que na semana anterior.
Mesmo assim, a média de janeiro aponta para o litro cotado a R$ 1,915 em todo o Brasil, 11,14% acima da média de dezembro, que ficou em R$ 1,723.
Desde que o preço do álcool começou a subir, em julho do ano passado, o combustível renovável acumula elevação de 34,67%. Na metade do ano, o preço médio do litro do álcool, em todo o país, era de R$ 1,422.
A redução da mistura do álcool manteve estável o preço da gasolina. Na semana passada, o litro custava R$ 2,589 médios em todo o país, ante R$ 2,585 nos sete dias imediatamente anteriores.
Com a redução da quantidade de álcool misturada à gasolina, que vale a partir de hoje, o governo espera disponibilizar maior quantidade do combustível renovável no mercado, cuja oferta está prejudicada nos últimos meses.
A alegação dos usineiros para as altas no álcool é que as fortes chuvas vêm prejudicando a produção. Ao mesmo tempo, a maior demanda por açúcar no mercado internacional vinha fazendo com que parte da produção de cana de açúcar estivesse sendo direcionada para a produção da commodity.
Em São Paulo, maior mercado do país, o preço do álcool ficou estável. O litro era encontrado, em média, por R$ 1,823, contra R$ 1,824 na semana de 17 a 23 de janeiro. Em janeiro, o álcool ficou 12,94% mais caro nos postos de São Paulo, na comparação com dezembro.
Permanece sendo desvantajoso abastecer o carro com álcool em São Paulo, já que o litro do álcool representa 73,11% do preço cobrado pela gasolina nos postos paulistas.
Cálculos de especialistas, baseados no poder calorífico dos combustíveis, apontam que o álcool é competitivo até chegar a 70% do preço da gasolina. Para fazer a conta, deve-se dividir o preço do álcool pelo da gasolina. Se o resultado ficar acima de 0,70, o álcool deixa de ser vantajoso.
No Rio de Janeiro, o preço médio do litro do álcool já ultrapassou os R$ 2, mas teve retração na semana passada. A ANP aponta que o preço médio é de R$ 2,071, decréscimo de 3,09% em relação à semana anterior.
Em janeiro, o litro do álcool ficou 9,95% mais caro nos postos fluminenses em relação a dezembro.
No Rio, o preço do álcool já representa 78,35% do litro da gasolina. Com isso, usar álcool, também no Rio, já é desvantajoso para o consumidor.