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Casal gay argentino espera reverter proibição para casamento

Alex Freyre, de 39 anos, e José Maria Di Bello, de 41, conseguiram uma licença de casamento de um juiz municipal há duas semanas

Um casal homossexual argentino e o prefeito de Buenos Aires prometeram nesta terça-feira apelar contra um decreto de última hora que bloqueou os planos do primeiro casamento de pessoas do mesmo sexo na América Latina.

Alex Freyre, de 39 anos, e José Maria Di Bello, de 41, conseguiram uma licença de casamento de um juiz municipal há duas semanas. O documento permitia que os dois homens se casassem na capital, apesar de uma política nacional que define o casamento como a união entre um homem e uma mulher.

Mas uma juíza federal ordenou na segunda-feira a suspensão da cerimônia, que estava planejada para terça-feira, dizendo que o juiz municipal não tinha competência para decretar a sentença.

"O casamento foi suspenso, mas estamos apelando para a Suprema Corte hoje para que saibamos que decreto judicial seguir", disse Ivan Pavlovsky, porta-voz do prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri.

A igreja católica romana da argentina criticou a decisão judicial de deixar os homens se casarem e pediu que as autoridades reconsiderassem.

Macri, que considera uma possível candidatura presidencial em 2011, resistiu às pressões para mudar a decisão da corte, argumentando que já é hora de o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo acontecer.

Freyre e Di Bello, ambos HIV positivos, planejavam se casar na terça-feira em homenagem ao Dia Mundial da Aids.

Maria Rachid, advogada do casal, disse à Reuters que o decreto impedindo o casamento era "ilegítimo".

"Vamos pedir a anulação da decisão da juíza para suspender o casamento e vamos processá-la por abuso de poder e por ir contra a lei", acrescentou Rachid.

Em 2002, a Argentina se tornou o primeiro país latino-americano a permitir uniões entre pessoas do mesmo sexo.

As uniões civis em Buenos Aires e em outras cidades argentinas garantem direitos maritais legais para casais do mesmo sexo, mas não outros direitos como o de adoção.