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Oportunidade

Detentos de Paranaíba produzem de chicotes em couro a selas personalizadas

Na selaria há preocupação com a qualidade e com os prazos de entrega

No Estabelecimento Penal de Paranaíba (EPPar) está instalada uma selaria que vem representando uma ferramenta de ressocialização para os internos. No momento, cinco detentos trabalham no local, mas, conforme a demanda, novos reeducandos são cadastrados e passam a aprender a atividade profissional com os mais experientes.

Além de aprender um novo ofício – que abrirá portas quando conquistarem a liberdade e proporcionar ganhos financeiros – o trabalho garante remição na pena, pois três dias de serviço correspondem a um dia a menos na prisão.

Para o interno José Aparecido de Castro, 53 anos, o trabalho na selaria também o ajuda a encarar o dia-a-dia. “Para quem está preso, trabalhar é muito importante porque é uma forma de ocupar a mente”, ressalta. “Também quero mostrar para minha família que estou trabalhando, ganhando meu dinheiro com dignidade”, completa.

No presídio são produzidos manualmente arreios, cabeçadas, barrigueiras, chicotes, laços em couro, loros, travessões, chinchadores, pelegos, bacheiros, além das selas, inclusive personalizadas caso o cliente deseje.

De acordo com o diretor do EPPar, José Carlos Marques, na selaria há preocupação com a qualidade e com os prazos de entrega. Segundo ele, apesar de produzir em pequena escala, o trabalho tem conquistado a clientela da região com produtos de qualidade e com preços competitivos.

O dinheiro arrecadado com as vendas, conforme o diretor, é revertido em produtos. Do lucro obtido, a unidade penal fica com 10% para custeio de gastos em geral com a manutenção da selaria e o restante é repassado aos internos que ali trabalham.