As empresas com mais de 100 funcionários empregaram 52,6% dos trabalhadores brasileiros e pagaram mais do que o dobro dos salários pagos pelas microempresas. A informação faz parte de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no Cadastro Central de Empresas (Cempre) de 2008.
O estudo mostra que o salário tem ligação com o porte da empresa. Apesar de representar apenas 0,7% das 4,1 milhões de companhias ativas no Brasil, as grandes corporações pagaram em média quatro salários mínimos, quase um a mais do que a média nacional, de 3,1 salários. Já as microempresas, que empregam até nove funcionários, pagaram 1,8 salário.
Quanto maior, melhor
O estudo do Cempre revela que o salário médio mensal está diretamente relacionado ao número de funcionários da empresa.
Entre as empresas que pagaram os salários mais altos, destaque para a área de serviços financeiros. De acordo com o Cempre, elas pagaram em média 9,6 salários, mais de três vezes a média nacional. Elas foram seguidas pelas empresas que fabricam veículos automotores, reboques e carrocerias (6,4 salários) e fabricantes de máquinas e equipamentos (4,9 salários).
O estudo feito pelo Cempre mostra também quais são os lugares que pagam os maiores salários no País. No topo desta lista está o Estado de São Paulo, com 3,9 salários. Em segundo lugar vem o Distrito Federal (3,7 salários) e, em seguida, o Rio de Janeiro (3,5 salários). Na outra ponta da tabela estão Ceará e Paraíba (1,9 salário) e, por último, Alagoas (1,8 salário).
Maiores empregadores
O varejo ganhou destaque na pesquisa do Cempre por ser o ramo de atividade que mais emprega no Brasil. Em 2008, quase cinco milhões de pessoas trabalhavam no setor, ou 18,4% do total de assalariados. O setor foi seguido pelas fabricantes de alimentos (5,3% do total) e transporte terrestre (4,7%).
O estudo do Cempre mostra que as empresas instaladas no Brasil eram responsáveis por 70,3% dos empregos formais e pagaram 62,1% dos salários em 2008. Já o funcionalismo público respondeu por 22,7% dos trabalhadores assalariados. O restante, 7,1%, trabalha em entidades sem fins lucrativos.