O Conselho Tutelar de Três Lagoas, neste primeiro bimestre, registrou 24 casos de abuso sexual. Um aumento de 60%, ao confrontar os números com o mesmo período de 2012, quando o órgão atendeu a 15 casos. As vítimas têm entre 5 e 15 anos e são, na maior parte das vezes, do sexo feminino. Entretanto, o agressor é alguém bem próximo da vítima. Geralmente, são os pais, avôs, padrastos, tios ou irmãos. As informações são da presidente do Conselho Tutelar, Miriam Monteiro Herrera Hamed.
De acordo com Miriam, este crescimento está relacionado à conscientização da população em denunciar este crime. “As campanhas de alerta nos meios de comunicação têm contribuído para propagar a responsabilidade da sociedade em delatar os agressores”, disse. E continuou: “a família e os professores têm que estar sempre atentos ao comportamento das crianças e adolescentes que mudam completamente de conduta ao passar por este trauma. Perdem o interesse de brincar, estudar, desenhar etc.”, explicou.
Conforme a presidente do Conselho Tutelar, as vítimas são encaminhadas ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) para acompanhamento psicológico. Segundo ela, o trauma pode ser amenizado, mas jamais superado. Ela ainda ressaltou que uma grande porcentagem dos menores abusados, na fase adulta, tornam-se abusadores.
Na avaliação do Conselho Tutelar, o abuso sexual acontece em todas as classes sociais, sem exceção. A diferença é que a classe baixa denuncia mais em relação à alta, que tende a esconder o que se passa no âmbito familiar.
DISQUE 100
O Disque 100 é um aliado da população e pode ser usado para denúncias de violação de direitos de crianças ou adolescentes, especialmente em casos de abuso ou exploração sexual. A denúncia é anônima e o serviço gratuito.
Além do disque 100, a população pode fazer denúncias anônimas via telefone fixo do Conselho Tutelar de Três Lagoas, pelo número 3929-1812, das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira, ou pelo celular 9293-1579, todos os dias, inclusive domingos e feriados, 24h por dia.