Em Três Lagoas, 108 agentes penitenciários cruzaram os braços em protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff(PT) a PLC – 87/2011, que autoriza o porte de armas a esses servidores. A mobilização atingiu, além de Mato Grosso do Sul, mais 16 estados. A paralisação, que teve 24 horas de duração, iniciou às 7h30 de ontem e encerrou às 7h30 de hoje.
No período, os trabalhadores suspenderam o atendimento aos advogados e a familiares, as escoltas e transferências de presos entre unidades, recebimento de presos de delegacias e nos setores de trabalho e educação. Os servidores priorizaram somente os serviços essenciais.
Segundo nota divulgada no Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinsap), o presidente da Federação Nacional dos Servidores Penitenciários (Fenaspen), Fernando Anunciação, informou que o ato é uma medida em favor da segurança dos agentes e de suas famílias. “Hoje, podemos utilizar arma de fogo apenas em serviço, e não em casa. Sabemos que parte dos criminosos pode facilmente nos localizar e ameaçar a nós e as nossas famílias, por isso é importante que o veto seja derrubado e que possamos conquistar o porte de arma”, frisou. De acordo com ele, em 2011, aqui no Mato Grosso do Sul um agente foi morto, já no estado de São Paulo, só em 2012, 18 servidores foram assassinados.
Além do protesto ao veto, os servidores também reivindicam melhores condições de trabalho como aumento do efetivo, uniforme, entre outras.
Segundo informações do presidente do Sinsap, Francisco Américo Sanabria, no próximo dia 4, terá uma reunião em Brasília (DF) da Federação dos Sindicatos com o intuito de avaliar a paralisação e planejar as novas ações. A possibilidade de greve não está descartada.
Números
De acordo com o Sinsap, o Mato Grosso do Sul conta com 1,3 mil servidores divididos em três áreas: segurança e custódia; assistência e perícia, e administração e finanças. Estes agentes estão divididos em 45 unidades prisionais, sendo, três delas em Três Lagoas: Penitenciária de Segurança Média (Masculino), Presídio Feminino e Colônia Penal Industrial, com 108 servidores.