Alunos e professores dos cursos de licenciatura em Geografia e História, bacharelado e mestrando em Geografia, e pós-graduação em História, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), tiveram a oportunidade de observar conquistas e limitações dos produtores do assentamento Pontal do Faia no último fim de semana, em um "Café da Manhã no Campo", na área rural de Três Lagoas. Eles apontaram alguns problemas que os assentados estão enfrentando por terem optado viver no campo.
Um dos problemas enfrentados pelos pequenos produtores é a falta de assistência médica no assentamento, é o que aponta Alysson Marcel, aluno do curso de bacharelado em Geografia. “A saúde é um problema para os assentados. Eles vieram até a gente e reclamaram da falta de assistência médica, pois não recebem visitas de agentes de saúde. Seria fundamental que um médico viesse ao assentamento”, disse.
Segundo a professora doutora Rosimeire Aparecida de Almeida, especialista em Geografia Agrária, os assentados acreditam que a interação entre cidade e campo pode render bons resultados. “Eles têm muita expectativa que a aproximação com a faculdade possa melhorar a situação e a imagem deles”, relata. “Eles sentem necessidade de interação. Foram hospitaleiros e se sentiram valorizados com a nossa visita”, relata a acadêmica do Bacharelado em Geografia, Talita Sgobi.
A professora ainda comenta a importância de professores e alunos investirem em projetos de pesquisa e extensão voltados a estes assentamentos, tanto no Pontal do Faia, quanto no 20 de março, ambos no município. “Eles estão lutando por um mesmo objetivo: ficar na terra. É possível fazer atividades de campo sem grandes custos, uma vez que esses assentamentos ficam em pontos de fácil acesso”, salienta.
CONQUISTAS
Porém, os assentados não estão apenas enfrentando problemas. Eles também relataram suas vitórias aos alunos. “Eu perguntei para eles qual a maior conquista deles, e uma senhora me disse: uma ninhada de pintinhos. A gente percebe que tudo lá é uma conquista”, salientou Talita.
Rosimeire ainda comenta que há alguns anos os proprietários perdiam muito gado no Inverno, devido à seca, e hoje isso já não é mais um problema. “Diminuiu o número de mortes, depois que a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) ensinou aos assentados que se pode acrescentar mandioca à cana de açúcar para alimentar o gado, o que resulta na redução de animais mortos”, relata.