Os 11 carteiros dos Correios de Três Lagoas, em greve desde o dia 15 de setembro, vão para Campo Grande hoje pela manhã participar de uma caminhada na área central da capital em protesto ao silêncio da empresa dos Correios. Até o momento, eles não receberam nenhuma proposta. De acordo com o secretário de políticas sindicais do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Telégrafos e Similares de Mato Grosso do Sul (Sintect/MS), Geraldo Ramirez, funcionários de várias cidades do Estado vão participar da manifestação. “Essa caminhada acontecerá em todas as capitais do Brasil. Uniremos as nossas forças por melhores salários e condições de trabalho”, disse o secretário. Ele garantiu que a classe só retornará ao trabalho quando receber uma proposta convincente dos Correios.
Com essa paralisação, as correspondências do município continuam atrasadas. De acordo com a assessoria de imprensa dos Correios, existem 16.683 objetos atrasados no município. O órgão ainda informou que o atraso é considerado irrelevante, pois os carteiros entregam 17 mil correspondências por dia. O secretário de finanças do Sintect/MS, Mário Gauto, disse que são entregues por dia 22 mil correspondências no município e que já existem mais de 30 mil objetos encalhados no setor de distribuição
Para tentar minimizar os atrasos, os carteiros fazem horas extras todos os dias e trabalham aos sábados e domingos. Funcionários da parte administrativa deverão contribuir com a entrega. As correspondências consideradas urgentes (Sedex, Sedex 10 e PAC [encomenda econômica]) são consideradas prioritárias para os trabalhadores e, conforme a assessoria, não há objetos deste gênero encalhados nos Correios de Três Lagoas.
REIVINDICAÇÕES
A classe reivindica que o piso salarial seja de R$ 1.635, mais repasse de 31,57% de reposição salarial. Os carteiros do município recebem R$ 807, um vale-refeição de R$ 690 e 30% de adicional de risco sobre o salário. Ele explicou ainda que a empresa entrou em contato com os profissionais e disse que as reivindicações só seriam negociadas caso eles voltassem a trabalhar. A classe, entretanto, negou a proposta e garantiu que só retorna às ruas quando receber um parecer convincente dos Correios.