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Três Lagoas

Dia da Consciência Negra é lembrado com com encenações

O tema escolhido pela entidade foi ?Somos todos iguais?, e foram apresentadas algumas encenações teatrais para expressar essa ideia

Alunos da APAE participaram de manifestações, apresentações de teatro e musicais no anfiteatro do Sest/Senat -
Alunos da APAE participaram de manifestações, apresentações de teatro e musicais no anfiteatro do Sest/Senat -

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Três Lagoas (APAE) comemorou ontem no anfiteatro do Sest/Senat o dia da Consciência Negra, que teve data oficialmente celebrada em 20 de novembro. O objetivo foi mostrar vários aspectos da luta contra o racismo. Cerca de 150 alunos participaram do evento. O tema escolhido pela entidade foi “Somos todos iguais”, e foram apresentadas algumas encenações teatrais para expressar essa ideia.

A diretora da APAE, Giselda Aparecida da Silva Alves, lembrou que “ há apenas uma raça no planeta: a do ser humano, sem distinção de cor”. Ela destacou que o dia da Consciência Negra é uma data importante no Brasil, e especial, para os educadores que trabalham com alunos especiais. “Trabalhamos a inclusão valorizando cada indivíduo e destacando o potencial independentemente da etnia. No dia Consciência Negra essa ideia também é valorizada”, explicou.

Com indumentárias típicas da África, os alunos encenaram a luta dos negros no Brasil. Todos com o mesmo intuito: passar para a plateia, composta por outros estudantes, a importância de colaborar com a luta contra o preconceito através da aceitação e do amor ao próximo, que deve ser oferecido independentemente do aspecto étnico.

PRECONCEITO

Para o inspetor da APAE Gercino Francisco, o negro ainda sofre preconceito nos dias de hoje, apesar das campanhas realizadas para lembrar a igualdade. “Sou negro e tenho orgulho por isso, mas confesso que sou vítima de racismo”, disse. Destacou ainda que participou de reuniões e foi ignorado quando pediu a palavra para expressar sua opinião. “Acredito que isso é uma forma de expressar o preconceito”, disse.

A fim de manter o combate efetivo ao racismo, Francisco acredita que as ações que rememoram ao dia Consciência Negra devem acontecer com mais frequência, e não somente uma vez por ano. “Devemos lembrar diariamente que somos iguais. Que a cor não significa o sentimento, o caráter ou a personalidade de uma pessoa. Um dia só é pouco”, destacou.

Francisco contou que, desde a década de 70, procura promover ações que combatam o racismo. Quando estudava no Colégio 2 de Julho – atual Afonso Pena – em meados da década de 70, ele e mais alguns amigos se uniram para fazer uma apresentação de músicas africanas. “A apresentação fazia parte de um trabalho. Durante sua realização, foi possível passar a mensagem da igualdade aos demais alunos e profissionais da escola”, lembrou. Mas, para continuar com essa luta, Francisco reconheceu que os negros precisam se unir mais e, principalmente, acreditar em sua própria força. “Muitos negros não se aceitam. Eles têm medo de sofrer preconceitos e acabam se isolando”, completou.